Só três dos guardadores com colete tinham crachá de identificação. Alguns deles criaram puxadinhos, colocando carros em esquinas, calçada, praça e fila dupla. E, em determinadas áreas regulamentadas, como na São Judas Tadeu, o que vale é o preço fixado por grupos que se portam como donos do espaço público.
Para o secretário especial de Ordem Pública, Rodrigo Bethlem, é no Centro que o Rio Rotativo tem mais problemas, por causa da demanda grande e da pouca oferta: "Mas existem problemas na cidade toda. O Rio Rotativo auto-operativo (em vigor desde 2001) é absurdo. Em maio, estamos mudando o sistema num trecho da Zona Sul (Área Azul, do Leme a São Conrado, que passará a ser administrada pela Embrapark). Estamos ainda levando para a delegacia flanelinhas, pelo exercício ilegal da profissão. Só no fim de semana passado foram cerca de 70 detidos, em volta do Maracanã".
Reclamações sobre vendedores de tíquetes ocuparam o segundo lugar no ranking da Ouvidoria da Secretaria de Transportes, em 2008 (perderam só para sinais de trânsito). Foram 649 denúncias sobre guardadores, no ano passado, sendo o Centro e Ipanema os bairros com mais reclamações.
O prefeito Eduardo Paes anunciou a publicação de decreto retomando o contrato com o consórcio Embrapark (que venceu licitação no ano passado), que passará a operar 9.049 vagas do Leme a São Conrado (a chamada Área Azul). O decreto fixou o dia 7 de maio para a mudança do modelo de estacionamento na Zona Sul. A Embrapark cadastrou 2.619 pessoas interessadas em trabalhar como operadoras, das quais 703 disseram ser guardadores.
Fonte: O Globo (RJ), 19 de abril de 2009