O sistema viário sem cruzamentos, planejado para não ter semáforos, com vias largas, retas e tesourinhas era moderno. Foi feito para até 100 mil carros. Hoje, a frota é de um 1,06 milhão. No Plano Piloto, por exemplo, circulam 500 mil por dia. É carro que não acaba mais. O que estava pronto teve que ser adaptado: viadutos, pontes, semáforos. O que não estava planejado foi o que fez Brasília não parar.
Em 1996, veio a maior dificuldade dessas adaptações no trânsito: foi quando o governo propôs o controle eletrônico de velocidade nas ruas retas e largas. Um estímulo para motoristas que têm o pé mais pesado. Mesmo com muita resistência, os pardais foram instalados e o resultado veio em seguida.
"Antes de implantar os controles a velocidade média era de 100 km/h. Depois que nós implantamos os primeiros pardais essa velocidade caiu para 55 km/h", lembra o especialista de trânsito Antônio Bomfim.
O número de mortes no trânsito também caiu. Antes eram 14 para cada dez mil veículos. Depois dos pardais passou a ser sete para cada dez mil. Mesmo assim, os acidentes com carros e ônibus continuam matando. Aí, vem outro desafio antes que Brasília pare de vez: melhorar o transporte coletivo. Uma promessa que também está fazendo aniversário.
Há 37 anos vivendo o trânsito de Brasília, Manoel Antônio pretende continuar trabalhando. Ele também queria mais vias, um corredor exclusivo para os ônibus, menos carros nas ruas e mais educação. O que ele ainda sonha é ver o trânsito de Brasília em paz. Fonte: Programa Bom Dia DF, 16 de abril de 2009