O objetivo, aqui, não é fazer com que as pessoas parem de gastar, desistam de comprar o carro novo, mudem radicalmente seus hábitos de consumo. No entanto, é importante destacar o impacto financeiro de cada compra e suas conseqüências na vida financeira de cada um., analisa reportagem do InfoMoney.
O sonho brasileiro
Para demonstrar, utilizaremos como exemplo o carro, um dos principais sonhos de consumo do brasileiro. A primeira questão é: você sabe quanto realmente seu carro custa para você? A resposta vai muito além do valor de tabela do veículo e, mais ainda, se os gastos anuais com um carro fossem colocados em uma aplicação financeira conservadora (rendimento de 6% ao ano), o valor poderia ser o suficiente para uma aposentadoria tranqüila, financeiramente falando.
Vamos aos números. A tabela abaixo traz um cálculo estimado dos gastos anuais com um veículo usado, avaliado em R$ 50 mil:
Depreciação - R$ 5.000,00
Seguro - R$ 1.500,00
IPVA - R$ 2.000,00
Custo de oportunidade - R$ 5.000,00
Garagem - R$ 2.000,00
Combustível - R$ 4.000,00
Manutenção - R$ 2.000,00
Estacionamento - R$ 2.000,00
Total: R$ 23.500,00
Com base na tabela acima, o carro de R$ 50 mil custa, para o proprietário, ao longo de 20 anos, mais de R$ 860.000,00 (considerando que, ao invés de arcar com estas despesas, ele aplicasse o valor anual a uma taxa de 6% a.a.). Ou seja, se ele optasse por não ter o carro, e as despesas anuais que teria com o veículo fossem para uma aplicação, ele poderia juntar, em 20 anos, uma importante reserva financeira.
Questão de planejamento
Como já foi dito, a ideia não é fazer com que você venda seu carro imediatamente e passe a andar de táxi ou a utilizar o transporte público, mas sim mostrar o real custo e os efeitos de determinado bem ou hábito de consumo no bolso e no planejamento futuro.
Aqui exemplificamos com o carro, por ser um dos bens de maior valor, mas, com base na mesma ideia, você pode calcular os custos e efeitos futuros dos gastos com roupas, estética, assinaturas de revistas, mensalidades de clubes etc.
Fonte: InfoMoney, 15 de maio de 2009