Uma câmera escondida mostra quando um rapaz começa a beber no balcão de uma loja de conveniência e não para mais - mesmo ao entrar no carro para dirigir.
As imagens também mostram um casal que usa o veículo como mesa de bar e, depois de terminar uma garrafa de uísque, sai dirigindo.
De madrugada, na hora da saída, uma blitz é montada a poucos metros de distância do local onde estão as casas noturnas. É nesse momento que os freqüentadores recebem as ofertas. "R$ 20,00 você me paga para eu passar da blitz. Eu passo na blitz e lá na frente eu deixo você", propõe um rapaz.
O esquema envolve taxistas e mototaxistas. O motorista bêbado entrega o carro ao taxista, que sai dirigindo e é seguido pela moto. Logo depois de passar pela blitz, o taxista devolve o carro ao motorista embriagado e volta na garupa da moto.
Um homem que foi contratado para dirigir o carro de um freqüentador das casas noturnas assume o volante e diz que nunca enfrentou problemas com a fiscalização, mesmo já tendo passado várias vezes pela blitz, dirigindo carros diferentes.
"O importante para eles aí é o condutor estar na boa. Não querem saber se é dono do carro ou se não é", disse o taxista. "Se eles pararem, só pedem o documento direitinho e pronto."
Poucos metros depois da casa de shows e da fiscalização, os taxistas e mototaxistas deixam os carros e voltam ao ponto onde estavam antes, em busca de outros motoristas para atravessar a blitz. Nesse ponto, quem está embriagado prossegue dirigindo.
Ao ser informado sobre o esquema, o coordenador da blitz não se mostra surpreso. "Já estamos sabendo disso e estamos tomando providências. Lá na frente tem outra blitz", afirmou Antonio Nilson de Lima.
Depois do local onde estava a blitz, a reportagem não encontrou mais nenhuma fiscalização.
Fonte: Jornal Nacional (TV Globo), 22 de junho de 2009