Segundo o gerente de construção da linha 4 Amarela, Luís Bastos Lemos, assim que chegou à estação República, em novembro de 2008, o tatuzão não poderia passar no vão existente. Isso porque não iria perfurar a terra como faz, mas sim passar por uma espécie de galeria que já existia no local.
A estação República tem uma particularidade. Ela já abriga a linha Vermelha e no futuro fará integração com a linha Amarela. No local existe um pavimento, construído na década de 1980, quando da construção da linha Vermelha, localizado embaixo da entrada principal e acima de onde passa a linha Vermelha. Esse vão nunca foi utilizado de forma comercial. À época os estudos apontaram que no futuro poderia haver uma nova linha que fizesse uma integração no local. Daí eles deixaram a estrutura "pré-pronta" para receber uma nova linha.
Era nesse "sanduíche" de concreto que o shield deveria passar. Como a estrutura já detinha pilares, foram necessários recortes em 14 deles que distavam cerca de seis metros um do outro. Como o tatuzão tem 9,5 metros de diâmetro, foi necessário abrir um espaço para que ele pudesse passar. Os pilares que foram colocados em substituição distam cerca de 12 metros um do outro.
Os novos pilares tiveram de receber reforço de vigas metálicas gigantes para que o peso da enorme laje fosse distribuído. Tudo isso foi feito a cerca de 12 metros abaixo do nível do asfalto e sem que as atividades da linha Vermelha fossem interrompidas.
O atraso no trabalho deverá alterar o prazo para entrega das estações da linha 4. A nova linha deverá terá 12,8 km. As duas primeiras estações a serem entregues serão Faria Lima e Paulista, em março de 2010. Em abril será a vez da Butantã, República e Luz, e, em agosto de 2010, Pinheiros. A segunda fase está prevista para terminar no final do ano de 2012 quando devem ser inauguradas as estações Fradique Coutinho, Oscar Freire, Higienópolis/Mackenzie, Morumbi e Vila Sônia.
Retomada
Depois de passar por uma manutenção, o tatuzão voltou a escavar o túnel da linha 4-Amarela no dia 10 de junho. Serão 1.100 metros entre a República e Luz e outros 470 até a Rua João Teodoro, onde será criado um estacionamento.
Após terminar o trabalho, o equipamento fabricado na Alemanha que custou 30 milhões de euros será desmontado pela empresa italiana contratada e pode ser revendido ao fabricante ou reformado para ser usado em outras obras.
Fonte: Folha Online, 17 de junho de 2009