E o que fazer para o sono passar? "Dormir, não há nenhuma outra recomendação que surta efeito realmente. Ar frio e música alta despertam por apenas 5 a 10 minutos, no máximo", ressalta o neurocientista Fernando Louzada, da Universidade Federal do Paraná. A boa notícia é que mesmo cochilos de 20 minutos já fazem diferença.
Acidentes x sono
Estudos indicam que a quantidade de horas dormidas e há quanto tempo você está acordado influenciam diretamente em sua habilidade para guiar.
Se você dormiu 5,5 horas, corre 10 vezes mais chance de causar um acidente de trânsito do que se você tivesse dormido durante 8 horas. Já se a privação de sono for ainda maior, de 4,5 horas, o risco sobe para 12 vezes, enquanto se você tiver dormido só 3,5 horas o número salta para 20 vezes.
Horas dormidas x risco de acidente
Agora, se você dirigir de 15 a 20 horas depois de ter acordado, suas chances de cometer um acidente são 10 vezes maiores do que se você dirigisse nas 5 primeiras horas. Se você passar o dia todo acordado e for dirigir de 20 a 25 horas, as chances de um acidente pulam para 60 vezes.
Horas sem dormir x risco de acidente
A relação entre sono e acidentes de trânsito é bastante estudada. A sonolência é responsável por 1/5 dos acidentes nos EUA, ou um acidente a cada 2 minutos. Os prejuízos são de 12,5 bilhões de dólares.
Por isso, não é de estranhar que um Estado dos Estados Unidos tenha criado uma lei para punir quem causa acidentes depois de muitas horas sem dormir. "Em Nova Jersey, o motorista que for responsável pela morte de alguém em um acidente de carro e estiver mais de 24 horas sem dormir é acusado por homicídio doloso, aquele em que há a intenção de matar", destaca o neurocientista.
Bêbado de sono
A expressão é popular e tem seu fundo de verdade. Pessoas que ficam acordadas de 17 a 19 horas têm performance no volante pior do que aqueles que apresentam nível de álcool no sangue (BAC) igual a 0,05%. Enquanto quem fica 24 horas sem dormir tem reações similares a quem apresenta BAC igual a 0,20%, de acordo com estudo publicado no New England Journal of Medicine. A lei seca brasileira proíbe a condução para quem apresenta mais de 0,20%.
Fonte: UOL Ciência e Saúde, 19 de junho de 2011