Para impor o projeto, prefeitura e Ministério Público apresentaram, em audiência pública realizada na Câmara, dados estatísticos que revelam que de janeiro a maio deste ano - segundo registros da Polícia Militar-, 270 ônibus foram atacados por criminosos, uma média de 54 por mês.
Duas semanas atrás, o comando da Polícia Militar escalou cem homens para atuar diretamente na segurança do transporte coletivo, ora fardados, ora disfarçados. "A medida foi boa, mas não resolve, é preciso impor uma ação mais drástica", disse o coronel Carlos Alberto David dos Santos, comandante da PM.
Segundo a Assetur (Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano), diariamente 500 ônibus transportam 190 mil passageiros. A entidade é favorável ao projeto que tira a movimentação do dinheiro nos ônibus.
Outro que aprova a ideia é o diretor-presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Rudel Trindade Júnior. Cálculos do órgão indicam que atualmente ao menos 70% dos passageiros já pagam com cartões suas passagens.
A nova regra, contudo, já é combatida na Câmara dos Vereadores. O presidente da Comissão de Defesa dos Direitos do Consumidor, o vereador Athayde Nery, disse que o assunto deve ser mais discutido. "A proposta não pode ser uma regra, deve ser flexível", afirmou. "O ladrão não vai deixar de entrar no ônibus porque lá só circulam cartões magnéticos, os passageiros continuam alvos do mesmo jeito."
Fonte: UOL Notícias, 16 de junho de 2011