A Lei Seca completou dia 19 de junho três anos e as blitze Direção Segura, da Polícia Militar, para verificar se a norma está sendo cumprida, sumiram das vias paulistanas. Motoristas ouvidos pela reportagem do Jornal da Tarde afirmam não ter visto mais as operações. A PM, por sua vez, nega que tenha diminuído a fiscalização, considerada essencial por especialistas. Entre as 22 horas do dia 16 e 2 horas de 17 de junho, a reportagem percorreu as 20 principais vias que dão acesso a bares e restaurantes nas regiões da Represa do Guarapiranga e do Itaim-Bibi, na zona sul, e das Vilas Olímpia e Madalena, na zona oeste. Não havia blitz em nenhuma. Por regra, ao menos quatro operações deveriam ser montadas por dia na cidade.
"Acabou mesmo. Sumiu", conta o taxista Edvaldo Vieira da Silva, que trabalha à noite na Vila Madalena. "A blitz não existe mais nem aqui nem no Itaim-Bibi." A mesma percepção tem o fisioterapeuta Marco Aurélio Added. "Nunca mais vi. No começo, teve aquele oba-oba, mas depois voltou a ser como antes."
Estudo
A redução está na contramão do cenário apontado pelo Ministério da Saúde no ano passado. De acordo com o questionário Vigitel, realizado pela pasta por telefone, mais motoristas assumiram no País que dirigem após beber excessivamente. O índice chegou a 1,7% em 2009, ante 1,4% verificado no ano anterior. Na avaliação do ministério, sinal de que a fiscalização deve ser mantida.
"Sem essa fiscalização ostensiva na rua, o cumprimento cai significativamente", observou o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), Mauro Augusto Ribeiro. "Se a lei não for aplicada, ficará desacreditada."
Fonte: Jornal da Tarde, 20 de junho de 2011
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