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O motorista tem pressa. Quer sempre chegar mais rápido em casa, mesmo se não tiver compromisso algum. Só não imagina que até mesmo um aumento despretensioso de 100 km/h para 101 km/h na velocidade dos carros, para economizar segundos, já significa que mais gente vai morrer e se ferir. Pelas contas divulgadas pelo australiano Eric Howard, renomado especialista mundial, essa inocente alta de 1 km/h no ritmo médio dos veículos bastaria para elevar em 5% as mortes no trânsito.
É por isso que a redução dos limites de velocidade no Brasil é uma das propostas imediatas de Howard para diminuir as vítimas na década da segurança no trânsito instituída pela ONU (Organização das Nações Unidas), destaca a Folha de S. Paulo.
No país, mais de 35 mil morrem por ano em acidentes viários. É como se, a cada dois dias, um Airbus caísse.
Nos cálculos do engenheiro, consultor do Banco Mundial em mais de uma dezena de países, a simples redução de 10 km/h (de 100 km/h para 90 km/h) em trechos de estradas já pouparia 1.700 vidas/ano, quase cinco por dia.
"É preciso desacelerar os carros", afirma Howard, que esteve no "Fórum Volvo-OHL de Segurança no Trânsito", em Brasília, dentre outros encontros com técnicos do país - inclusive da CET-SP (Companhia de Engenharia de Tráfego).
"Ir mais rápido só serve para chegar ao próximo ponto de congestionamento mais depressa", diz Howard.
Radares
O australiano se mostrou impressionado com um comportamento de motoristas brasileiros: a redução da velocidade onde há radares e a desobediência imediata assim que passa a fiscalização.
Para ele, "não faz sentido" sinalizar a presença do radar.
Diante dos riscos da velocidade excessiva, a Folha questiona: por que os carros são vendidos permitindo mais de 200 km/h se a maioria dos países não admite mais de 120 km/h? Para Howard, a indústria vende aquilo que a sociedade pede.
Fonte: Folha de S. Paulo, 19 de junho de 2011

Categoria: Geral


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