Como compensação pela nova taxa, os impostos sobre veículos serão reduzidos. Até a cobrança entrar em vigor, todos os motoristas holandeses terão de equipar seus carros com aparelhos de GPS, que enviarão as informações sobre sua movimentação a uma central responsável pela cobrança. A falta do GPS acarretará multa. Com a medida, o governo holandês espera reduzir pela metade os congestionamentos de trânsito até 2020. Outra consequência será a diminuição das emissões de gases do efeito estufa.
O modelo criado pelos holandeses, de taxar toda a frota nacional, é inédito, mas o pedágio urbano vem sendo adotado por várias cidades do mundo como forma de aliviar o trânsito em seus pontos mais críticos. Singapura implantou o pedágio na área central em 1975 e, em 15 anos, conseguiu reduzir os engarrafamentos em 40%. Em 2003 foi a vez de Londres passar a cobrar dos motoristas para circular, das 7 da manhã às 6 da tarde, numa área de 22 km2 em torno do centro da cidade. A tarifa, inicialmente de 5 libras, está hoje em 8 libras, cerca de 22 reais, e a área foi ampliada. Em um ano, os congestionamentos no centro londrino foram reduzidos em 30%.
Em Estocolmo, na Suécia, o pedágio foi implantado em 2007. Antes de dar o aval por meio de um plebiscito, a população da cidade testou o sistema durante seis meses. Um transmissor acoplado ao para-brisa emite um sinal quando o carro passa sob arcos metálicos com sensores instalados nas vias que dão acesso ao centro da cidade. O valor é debitado diretamente na conta bancária do condutor. A Holanda fez outras tentativas para melhorar o fluxo de veículos, como criar pistas exclusivas para carros com mais de três ocupantes e distribuir brindes aos passageiros dos transportes públicos. Nada deu certo. Agora, a expectativa é sensibilizar os motoristas pelo bolso.
Fonte: Revista Veja (SP), 6 de janeiro de 2010