A Simca do Brasil, fundada em 5 de maio de 1958 em São Bernardo do Campo (SP), permaneceu em atividades até 1967, quando foi absorvida pela Chrysler Corporation International.
Em março de 1959 a empresa lançou o Chambord. A carroceria, muito resistente, era de aço com chassi integrado (solução semelhante à utilizada na estrutura monobloco). Com 4,75 m de comprimento, o carro tinha quatro portas que davam acesso a seis amplos lugares. Seu motor, um V-8 de 2.351 cc, desenvolvia 88 cv a 4 800 rpm. O câmbio tinha três marchas (só 2.1 e 3.1 sincronizadas), acionados por alavanca situada na coluna do volante. Desenvolvendo a velocidade máxima de 135 km/h, com consumo médio de 8,5 km/l, o Chambord apresentava-se como o carro mais luxuoso do mercado brasileiro da época.
O Chambord teve, entretanto, alguns problemas, como a tendência ao superaquecimento, embreagem fraca e falta de torque, especialmente em baixas rotações. Em 1961, após o lançamento de uma versão especial, denominada Presidence, o carro sofreu várias transformações: recebeu um motor de 90 cv e, para maior aproveitamento da potência, houve redução das engrenagens do diferencial. Os bancos foram remodelados de maneira a oferecer maior conforto e aumentar o espaço interno. Novas laterais deram maior horizontalidade às linhas elegantes do carro.
Além disso, o aspecto luxuoso do carro era enfatizado pelos requintados comandos instalados no painel, como uma luz verde que indicava quando o tanque de gasolina encontrava-se na reserva (faixa de aproximadamente cinco litros), um odômetro parcial que podia retornar a zero e uma luz vermelha para indicar que o freio de mão estava acionado. Um único interruptor-comutador de luzes, localizado na coluna do volante, comandava todas as luzes do carro, exceção feita aos faróis de neblina.
Em meados de 1962 a Simca lançou uma versão esportiva do Chambord, denominada Rally. Equipava o carro o mesmo V-8 dos demais modelos Simca, mas com cilindrada aumentada para 2.432 cc (a potência elevou-se para 100 cv a 4.800 rpm). Embora apresentasse um interior mais esportivo, externamente o carro sofrera apenas o acréscimo de duas entradas de ar no capô e alguns detalhes cromados.
No Salão do Automóvel, realizado em São Paulo em novembro de 1962, a empresa apresentou sua linha de veículos modificada e introduziu um novo modelo: a perua Jangada, derivada do Chambord e da perua francesa Marly. A Simca anunciava a Jangada como a primeira perua de grandes dimensões do mercado brasileiro, numa faixa ainda inexplorada (existiam então apenas a Kombi e a Vemaguet). Oferecia o mesmo desempenho e conforto do Chambord (por ser mais pesada, sua aceleração e velocidade eram menores: gastava 21 segundos para atingir os 100 km/h, partindo de zero).
Acompanhando a tendência das fábricas brasileiras, a Simca lançou, ainda em 1961, o Alvorada, modelo idêntico ao Chambord, mas despido de luxo e da maioria dos cromados. Pretendia-se, com esse modelo, oferecer ao consumidor um carro de preço mais acessível e, assim, conquistar uma nova faixa do mercado. A experiência, porém, não apresentou resultados satisfatórios e o modelo não permaneceu em linha durante muito tempo.
Em 1964 a empresa lançou a linha Tufão. Com ela, todos os seus veículos sofreram modificações mecânicas e estilísticas, embora mantivessem praticamente todas as características básicas dos Chambord. A linha Tufão contava, entre outros equipamentos, com avanço manual da ignição, localizado no painel (além do automático), que permitia melhor regulagem do motor para diferentes altitudes ou diferentes tipos de gasolina.
Seguiu-se a apresentação, no final de 1966, de uma nova carroceria, totalmente modificada e de linhas modernizadas. O novo estilo determinou o abandono da linha tradicional dos Simca, que a fábrica substituiu por dois novos modelos: o Esplanada e o Regente.
O primeiro, um modelo de luxo, possuía cromados e acabamentos diferentes dos utilizados no Regente (este, um modelo mais simples). Em novembro de 1967 a Simca foi absorvida pela Chrysler, que continuou a produzir o Esplanada e o Regente até 1969.
Fonte: blog carros de ontem, dezembro de 2009