Com tanto carro nas ruas, também é comum na Capital a falta de vagas. Mas se este tem sido, além do trânsito, mais um problema para os motoristas que circulam por Belo Horizonte, para as administradoras de estacionamentos verticais e horizontais virou oportunidade de negócios e lucro. Algumas delas comemoram, inclusive, a forte demanda e preveem expansão de até 35% na receita deste ano no confronto com 2008. O grupo Maxipark, rede de estacionamentos que administra mais de 25 mil vagas em oito Estados brasileiros, inclusive Minas Gerais, prevê para este exercício avanço de 35% nos negócios em relação a igual período de 2008. O resultado do primeiro semestre ainda não foi fechado. De acordo com o presidente, Paulo Frascino, em 2010 o grupo dará início a uma política agressiva de expansão nos mercados em que atua. A previsão é de que sejam inaugurados, ao menos, 30 estacionamentos no decorrer do exercício. "Belo Horizonte, que possui cinco unidades da Maxipark na região Centro-Sul, abocanhará boa parte desses novos estacionamentos. No entanto, não podemos revelar mais detalhes", disse. A participação de Minas Gerais no faturamento do grupo também não foi revelada.
Crise
O dirigente da Maxipark ressaltou que, apesar dos transtornos decorrentes da crise financeira, o grupo crescerá tanto em faturamento quanto em novos negócios. Conforme ele, a falta de vagas para estacionar não é um problema exclusivo de Belo Horizonte, mas sim das principais capitais do País. "Vamos aproveitar essa oportunidade para expandir cada vez mais e ampliar a nossa participação no Brasil. No total, as futuras operações vão demandar inversões da ordem de R$ 2,1 milhões, além de gerar cerca de 200 postos de trabalho", acrescentou.
Na mesma linha de crescimento, o Estacionamentos BH Ltda., que possui duas unidades na região Central de Belo Horizonte, estima para 2009 um incremento de 20% nos negócios sobre igual resultado de 2008. De janeiro a junho, a expansão foi de 15% na mesma base de comparação. Para o proprietário, Lucas Tarbes Oliveira, o bom momento da empresa está atrelado à mudança de foco nos últimos anos. Segundo o empresário, antes o estacionamento só operava no sistema de vagas para mensalistas, no entanto, a partir de 2006, a empresa focou no segmento de horistas que, por sua vez, é mais rentável, já que a rotatividade de veículos é maior. "Além do aumento contínuo da frota de veículos, Belo Horizonte ainda tem um déficit de estacionamentos. O motivo seriam as construtoras que vêm eliminando as poucas áreas que o centro da Capital ainda possui", explicou o proprietário do Estacionamentos BH Ltda.
Seguindo a tendência das outras empresas, a Car & Parking, atualmente com 18 estacionamentos na região Centro-Sul da Capital, também registrará crescimento nos negócios em 2009. Na avaliação do gerente-geral, André Teixeira, o resultado positivo deste ano pode ser atribuído, ainda, à redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis. Para Teixeira, o aumento crescente na frota de veículos impacta de forma positiva nos negócios dos estacionamentos. Em meio a este cenário, no primeiro semestre a expansão foi de quase 10% em relação a igual período de 2008 e, para o acumulado de 2009, o índice deverá ser de 15% na mesma base de comparação.
Fonte: Diário do Comércio (BH), 18 de dezembro de 2009