Os dados mostram que a evolução de embriagadas na direção é praticamente constante mês a mês. Em contrapartida, o número total de detectados pelos aparelhos que medem a dosagem de álcool no sangue está em declínio - passou de 11% para 4%.
A alta feminina nos flagrantes das operações é impulsionada por dois fatores principais. O primeiro - e responsável direto, acreditam os especialistas - é a mudança recente na forma de fiscalizar a Lei Seca. Até o primeiro semestre de 2009, a PM organizava as operações de fiscalização de forma aleatória.
Nem todos os carros que passavam pelos locais das blitze eram abordados e só fazia o bafômetro quem tivesse sinais de embriaguez. Há cinco meses, porém, a estratégia mudou e as mulheres, portanto, deixaram de ser "invisíveis" para a fiscalização.
O segundo fator para o aumento de embriagadas identificadas é que as mulheres estão consumindo mais álcool, o que também aumenta o comportamento de risco.
O ministro das Cidades, Márcio Fortes, que coordena o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), afirma que as motoristas são mesmo usadas como escudo para fiscalização. "Esse aumento de mulheres flagradas, para mim, indica que elas estavam sendo usadas como truque para driblar a Lei Seca", afirma.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 28 de dezembro de 2009