Parking News

O motorista que circula em São Paulo chega a encontrar um semáforo com defeito a cada quilômetro rodado. Em 163 km percorridos de carro aleatoriamente em oito horas nesta semana, a Folha de S. Paulo viu 158 cruzamentos e pontos de travessia onde os semáforos tinham ao menos uma lâmpada apagada ou estavam completamente sem funcionar. Média de um a cada três minutos (sem descontar o tempo perdido em engarrafamentos).
Dos 158 casos, cinco eram em cruzamentos onde nenhum semáforo funcionava. Os demais apresentavam defeito em pelo menos uma lâmpada.
A Folha informou um terço deles à CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) pelo telefone de emergência 1188 e verificou que a empresa não conseguiu cumprir suas próprias metas de tempo de conserto. O previsto são até quatro horas para casos emergenciais (totalmente apagados) e 72 horas para os não emergenciais.
Um cruzamento totalmente apagado na Avenida Amaral Gurgel, no fim da manhã do dia 10 de março, não havia sido consertado até as 18h do mesmo dia - agentes da CET levaram cerca de 20 minutos para chegar ao local, segundo comerciantes da região, onde passaram toda a tarde.
Na Avenida Celso Garcia (Zona Leste), a reportagem encontrou 13 semáforos com ao menos uma lâmpada apagada. Ao retornar à avenida dois dias depois, os mesmos 13 ainda estavam sem conserto e, de quebra, outros cinco tinham o mesmo defeito.
Na região das ruas Nhambiquaras e Maracatins, em Moema (Zona Sul), foram vistos 22 semáforos com defeito. O equivalente a um para cada uma das 22 ruas visitadas na região.
A CET diz que o serviço de manutenção terceirizada foi normalizado na segunda-feira de Carnaval, após a cidade ter ficado sem contrato por três semanas entre janeiro e fevereiro. A companhia diz, porém, que toda a demanda de reparos só será plenamente atendida no final deste mês.
Segundo o consultor Horácio Augusto Figueira, a existência de dois ou mais aparelhos no mesmo cruzamento não é por "capricho" ou "enfeite". Dependendo do lugar e da condição de tráfego (por exemplo, quando há um caminhão ou ônibus na frente do carro), não é possível ver um dos sinais.
O analista de sistemas Josias Machado conta ter "quase batido" na Avenida Pedroso de Morais (Zona Oeste), na altura da Av. Faria Lima. "O (semáforo) de cima estava apagado e não vi que o lateral estava vermelho. Quase bato o carro, parei em cima da faixa."
Apagão
Dono de um bar na esquina da Av. Amaral Gurgel com a Rua General Jardim, Antonio Fernandes assistiu de camarote ao "apagão" dos quatro semáforos do cruzamento dia 12. Em cerca de 20 minutos, antes da chegada dos agentes da CET, ele contou ter visto "seis ou sete freadas bruscas". "Foi um buzinaço, quase sai batida. Quem vinha de lá (General Jardim) tinha que esperar mais de cinco minutos para passar."
Em frente ao hospital do Campo Limpo (Zona Sul), dois dos três semáforos para pedestres não funcionavam. No local há um ponto de ônibus e, do outro lado da rua, uma escola. Joelma dos Santos esperava para atravessar a rua com a filha de sete meses no colo.
Os carros só paravam quando os pedestres (muitos deles idosos) se avolumavam e invadiam a pista, parando os veículos com acenos. "Aqui tem sempre esse problema", disse Joelma, antes de correr para cruzar a via. Eram 13h25 e o semáforo estava apagado desde a manhã, segundo comerciantes do local.
Outro lado
A CET diz que a manutenção dos semáforos já foi normalizada, mas que existe uma demanda acumulada de reparos por causa do período em que a Capital ficou sem os serviços terceirizados - e que essa é a explicação para a demora em solucionar os problemas, principalmente os que não considera emergenciais.
A empresa afirma que há hoje 32 equipes, com aproximadamente cem homens na função - sendo dois terços das empresas contratadas e um terço da própria CET.
Segundo a assessoria da empresa, a previsão é que a demanda acumulada de consertos seja plenamente atendida a partir do dia 26 de março, um mês após a assinatura do novo contrato com as terceirizadas. A CET avalia que a quantidade de problemas em semáforos foi agravada pelas chuvas em duas das três semanas que ela diz ter ficado sem os contratos de manutenção, entre janeiro e fevereiro.
Nessas ocasiões, a demora do conserto sobe e a quantidade de equipamentos queimados também. A companhia afirma que prioriza as situações de risco e que faz os reparos de acordo com uma "escala de prioridades", que privilegia os casos que comprometem a segurança e os cruzamentos com grande fluxo.
A cidade tem 5.918 cruzamentos com semáforos. A companhia diz receber diariamente de 300 a 400 pedidos de conserto.
Fonte: Folha de S. Paulo, 14 de março de 2009

Categoria: Geral


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