Menos de dois anos atrás, o Metrô inaugurou um centro de controle de segurança para monitorar as estações, que hoje têm 930 câmeras vigiando as plataformas - e os usuários. Em um ano, elas serão 1.318.
Os olhos biônicos do sistema de transporte subterrâneo são um indicativo de que a cidade está cada vez mais na mira das lentes de vigilância.
Dados da Abese, a associação das empresas de segurança eletrônica, mostram, na estimativa mais conservadora, que São Paulo já tem 600 mil câmeras, uma para cada 16 paulistanos. Há dez anos, elas eram 50 mil.
"No momento em que sai de casa, todo mundo já passa a ser gravado. Tudo é possível de ser monitorado", diz Selma Migliori, presidente da entidade. As poucas exceções livres de gravação são o interior de banheiros e de provadores de roupa.
Instaladas recentemente até em cemitérios para evitar o furto de restos mortais e de objetos dos túmulos, as câmeras estão instaladas nas regiões com maior circulação de pessoas, como a Avenida Paulista e no comércio popular da Rua 25 de Março, e em bairros de maior poder aquisitivo, como Jardins, Itaim Bibi e Morumbi.
Só a prefeitura tem 3.585 câmeras, controladas em sua maioria pela Guarda Civil, pela SPTrans, pela Secretaria da Educação (para vigiar as escolas públicas) e pelo departamento de trânsito. A Polícia Militar tem mais cem instaladas e outras 30 em teste.
As da CET nas marginais, por exemplo, têm alcance de 4 km em zoom. A primeira delas, ainda em operação, foi instalada há 25 anos. Todas passam por restauração para modernização e devem ficar prontas em outubro.
Somados radares e câmeras, a companhia de tráfego tem 605 aparelhos para monitorar o trânsito e aplicar multas.
Fonte: Folha de S. Paulo, 5 de julho de 2009