Conforme reportagem de O Estado de S. Paulo, a iniciativa é de 80 comerciantes da rua, que contrataram equipe de 18 arquitetos, engenheiros e designers para elaborar o projeto. O plano prevê melhorias no mobiliário urbano, jardins, iluminação, estacionamento e sinalização da via. Todos os fios - de luz, telefone, internet e TV a cabo - serão enterrados, segundo prevê o projeto. Todos os 2 mil m de calçada terão faixas táteis para deficientes visuais e serão acessíveis, além de terem piso permeável. Outro elemento inovador previsto é a instalação de vitrines com espaço expositivo "tridimensional", instaladas nos jardins em frente às lojas.
Estacionamentos
Numa segunda fase, os lojistas pretendem construir quatro estacionamentos verticais, em prédios de três andares acima e três no subsolo, com capacidade para mil vagas. "Isso eliminaria o estacionamento em frente às lojas e abriria espaço aos pedestres. Vamos pleitear mudanças no zoneamento, para obter maior espaço construtivo", disse o vice-presidente da Associação Alameda Gabriel, Marcel Rivkind, dono da marca Breton. "Os desafios não são poucos, mas há gente boa envolvida que vai fazer acontecer."
"A rua será completamente transformada. Com calçadas largas, bem iluminadas, atrativos em frente à lojas, bancos e árvores, a via voltará a ter grande circulação. É esse o sentido de melhoria urbanística", disse o arquiteto Bruno Padovano, coordenador da equipe que elaborou a proposta. A meta de atrair mais pedestres é tão nobre quanto árdua: os próprios comerciantes brincam que há mais seguranças de lojas que pessoas andando pelas calçadas da Gabriel Monteiro.
Desde agosto, os representantes das maiores empresas de móveis e decoração do País movimentam-se para firmar convênio com a Prefeitura - já apresentaram o plano à Empresa Municipal de Urbanização (Emurb) e à Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Capital. "Todo projeto que pretenda enterrar cabos e criar calçadas permeáveis na cidade recebe imediatamente a simpatia da administração", disse a diretora de projetos da Emurb, Regina Monteiro. "Isso porque empresários geralmente propõem o oposto, com calçadas cimentadas e sem pensar na melhoria da paisagem urbana."
O plano também prevê instalação de iluminação vertical, com postes voltados para baixo e focos de luz instalados no piso. Bancos nas calçadas, lixeiras para coleta seletiva e instalação de elementos representativos da identidade visual da via - será a sigla AG (de Alameda Gabriel) - são outras melhorias propostas.
A cada dez metros, segundo o projeto, serão plantados exemplares de Pau-Ferro, árvore muito presente nos Jardins, escolhida por representar a área. "A ideia é começar as mudanças no ano que vem, para tudo ficar pronto até 2014", afirmou Rivkind. "Já começou a circular a informação. Não vai faltar apoio." A inspiração maior para a elaboração do projeto, diz o empresário, veio da Rua Oscar Freire, reformada em 2006.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 26 de outubro de 2009