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Em 1964, a Ford lançou um veículo responsável por abalar o mercado automotivo dos Estados Unidos. Seu nome era Mustang. Com design inovador, porte reduzido (para os padrões do país) e motores potentes, o modelo ganhou uma legião de fãs enquanto subia na arena. A Chevrolet decidiu não ficar apenas na plateia e, três anos após o lançamento do Mustang, entrou no ringue onde a Ford nocauteava com força cada um de seus concorrentes. O nome de seu lutador era Camaro, desenvolvido exclusivamente para derrotar o modelo do cavalo galopante. Embora fosse mais compacto, moderno, rápido, e tivesse corpo mais musculoso, o muscle-car da Chevy não ganhou a disputa. Ao menos, não imediatamente.
Mesmo sem superar o adversário em vendas, a Chevy se manteve no campo de batalha e não havia nada que a Ford pudesse fazer para tirá-lo de lá. O Camaro arrebatou torcedores e essa luta mítica se estendeu por um número impressionante de rounds. Nos anos e décadas seguintes, os rivais seguiram com a guarda alta, trocando golpes em uma severa disputa por clientes.
Os modelos tornaram-se clássicos, marcaram gerações, e cada um passou por bons e maus momentos nessa disputa.
Em 2005, 41 anos após a estreia, a Ford lançou a quinta geração do Mustang, que causou um novo estouro de vendas. Quando a marca do oval azul pensava que tudo estava a seu favor - o Camaro havia tido sua produção cessada em 2002 -, o modelo da GM levantou do chão nos últimos segundos da contagem do juiz, em 2009. A plateia foi da incredulidade à euforia.
Mais uma vez à frente em tecnologia, com visual retrô e motor mais potente, o Camaro contra-atacou o Mustang com garra e vem ganhando a disputa em vendas.
Queridos ou odiados, os muscle-cars estão por aí e não irão embora. Eles são um importante laço de conexão com o passado e também permeiam os sonhos das gerações atuais.
Por dentro da batalha
Na década de 1960, os Estados Unidos passavam por um momento histórico cheio de tensões sociais, mas também de renovação cultural quase completa. No movimento contrário, o setor automotivo seguia sem grandes novidades, repleto de veículos grandes e lentos, como o Ford Galaxie ou Fairlane, além de Chevrolet Impala e Chevelle.
Foi nesse quadro que, em abril de 1964, a Ford lançou o Mustang. Compacto, jovial e potente, tornou-se símbolo de liberdade e alcançou um recorde de vendas nunca antes registrado pela marca. No primeiro ano, entregou 410 mil unidades - para medidas de comparação, o modelo mais vendido no Brasil, o VW Gol, teve 293.454 unidades emplacadas em todo ano de 2011, o melhor da história do Brasil, de acordo com a Fenabrave.
Popular, ganhou letras de música e dividiu espaço com celebridades no cinema - "Bullitt" (1968) teve Steve McQueen e um Mustang nas telas.
Além do visual inovador, um dos diferenciais do Mustang era sua ampla lista de itens opcionais. Inicialmente, o modelo era vendido nas opções cupê e conversível, e seus proprietários poderiam escolher entre os motores V6 170" (2.8) de 101 cv, V8 260" (4.3) de 164 cv, a V8 284" (4.6) de 210, além do V8 289" (4.7) de 271 cv. O consumidor também podia escolher entre diferentes tipos de pneus, rodas, revestimento do interior, entre câmbio manual ou automático e até mesmo relações de marcha.
Apesar de esportivo, o Mustang era versátil para toda a família - podia ser utilizado pelo marido para ir ao trabalho, transportava até quatro ocupantes (bom para levar as crianças para a escola) e seu porta-malas o tornava um veículo útil para as compras. Seus 1.100 kg empurrados pelo potente V8 também agradavam aos adolescentes mais afoitos para as tradicionais arrancadas de 402 metros (quarto de milha).
Em 1965, o Mustang recebeu face-lift, teve o dínamo substituído por um alternador e ganhou a versão fastback, modelo utilizado como base para a versão desenvolvida por Carol Shelby, a GT350. A série do renomado preparador ganhou direção mais direta, suspensão enrijecida, diferencial encurtado, perdeu o assento traseiro e recebeu ajustes no V8 de 289 polegadas cúbicas para produzir 306 cv, potência elevada para a época.
Outra configuração famosa do Mustang surgiu em 1969, a Boss 302. Desenvolvida para credenciar o pony car no SCCA (Sport Car Club of America) e habilitá-lo a participar da categoria de corrida Trans-Am, seu conjunto usava um V8 302 de 290 cv, câmbio de quatro marchas, além de reajuste na suspensão e caixa de direção, pneus e rodas especiais, entre outros. No mesmo ano, recebeu uma versão Boss 429, com um V8, criada inicialmente para corridas de Nascar.
Derrapagem
Em 1974, o Mustang entrou em sua segunda geração, com carroceria menor, mas mais pesada e motores menos potentes, em função da restrição às emissões de poluentes. Isso abalou seus fãs, mas foi em 1979, na terceira geração, que a Ford "desandou" com o pony car.
A marca criou subversões do modelo, inclusive com motorização quatro cilindros e tração dianteira, abalando a tradição do motor V8 com tração traseira. Foi quase como dar um tiro de espingarda no pé: ele nunca mais seria o mesmo.
Retomada
A Ford restabeleceu o rumo do Mustang apenas em sua quarta geração, em 1994, com as motorizações 3.8 V6 de 145 cv e 4.6 V8 de 225 cv. Quando essa linha foi encerrada, em 2004, o modelo já extraia 190 cv do V6, 320 cv do 4.6 V8, e bons 390 cv na configuração 5.0 V8 supercharger da SVT (Special Vehicle Team, divisão esportiva da marca). A quinta e mais recente geração do Mustang foi lançada em 2005, e impactou pelo estilo moderno, mas inspirado na versão original.
O fato de ser um veículo amplamente vendido no exterior há décadas permitiu ao Mustang inúmeras possibilidades de upgrade, dos mais leves aos mais extremos, em todas as suas gerações.
No Brasil, o Mustang não tem a mesma representação exercida em sua terra natal, mas não deixa de ser bem cotado pelos apaixonados por automóveis. Além de serem representante da história norte-americana, as unidades que por aqui chegaram (sempre de forma independente) tornaram-se jóias exclusivas e uma excelente base para modificações.
Fonte: UOL, 2 de abril de 2012

Categoria: Mundo do Automóvel


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