Durante a semana, a reportagem do Diário percorreu algumas das ruas em que o comércio ilegal é realizado. Na Rua 14 de Dezembro, próximo ao Senac, um guardador coloca cones assim que surge algum espaço na estreita via. Os clientes o avisam que horas irão retornar, para que ele já deixe a vaga reservada. "Das 7h até às 19h, eu garanto a vaga. Quando a pessoa sai, ela já me avisa que horas vai retornar, ou então liga no meu celular. Cobro R$ 25,00 por mês", diz o flanelinha.
A cobrança irregular também virou uma rotina na Rua Dona Libânia e, por causa do grande número de prédios, o valor para estacionar na rua é de R$ 50,00. Assim como na Rua 14 de Dezembro, o sistema funciona bem durante o dia, mas à noite não há nenhum tipo de segurança para quem deixa o carro na rua.
Quem mora na Rua 14 de Dezembro muitas vezes acaba optando pela mensalidade na rua por falta de dinheiro. Na região, há um único estacionamento 24 horas, que cobra R$ 130,00. Quem fica 4 horas diárias parado num dos estabelecimentos paga no mínimo R$ 65,00. Os donos de estacionamentos na região reclamam da concorrência desleal, mas ressaltam a falta de segurança de quem para na rua. "São situações bem diferentes. Aqui dentro a pessoa sabe que seu carro não sofrerá qualquer tipo de ação e, caso ocorra, o seguro vai pagar. Já vi carro ser levado na rua. Ninguém se responsabilizou", fala o gerente de um estacionamento.
Fonte: Diário do Povo (Campinas-SP), 26 de outubro de 2009