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Os carros podem ser considerados os grandes vilões da poluição do ar em São Paulo? Para Carlos Lacava, gerente do departamento de desenvolvimento tecnológico e sustentabilidade da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), a resposta é sim. "Não existe carro que não polui, todo carro polui. Em uma frota de cerca de 7 milhões de veículos como temos na região metropolitana de São Paulo, cada um tem a sua contribuição", afirmou ao UOL Ciência e Saúde.
Segundo estimativa da Cetesb, foram lançados na atmosfera da região no ano passado mais de 1,5 milhão de toneladas de monóxido de carbono, 386 mil toneladas de partículas de hidrocarbonetos e 367 mil toneladas de óxidos de nitrogênio, entre outros dos principais poluentes encontrados no ar das grandes cidades. A maior parte deles vinha dos motores e tubos de escapamento de carros de passeio, caminhões, caminhonetes, ônibus e motos.
Quem acredita que a fumaça preta de alguns caminhões polui mais do que os carros de passeio se engana: os carros movidos a gasolina e álcool foram responsáveis por 54,62% das emissões de monóxido de carbono em 2008. Os carros a gasolina emitiram, sozinhos, 30,68% das partículas de hidrocarbonetos no ar da Grande São Paulo. Já os veículos a diesel responderam por 79,29% dos óxidos de nitrogênio. No entanto, a frota de veículos a diesel é muito menor do que a de carros a gasolina, álcool e flex - somente na Capital, eram mais de 4,8 milhões de automóveis contra cerca de 837 mil veículos a diesel em junho deste ano, de acordo com dados do Detran.
"Normalmente, as concentrações de poluentes ficam mais altas onde o tráfego é maior, principalmente onde há tráfego pesado", diz Lacava. O gerente da Cetesb explica que o problema do impacto da poluição sobre o organismo das pessoas passa pelo tempo que a pessoa fica exposta ao ar poluído durante o dia. "Quem está preso no congestionamento inala mais poluentes do que quem está de passagem."
Segundo Lacava, as concentrações mais altas dos poluentes emitidos diretamente pelos carros costumam ser verificadas nas estações do centro de São Paulo, do bairro de Pinheiros e dos municípios de Guarulhos, São Bernardo do Campo e Osasco. Em todos os locais, há vias de tráfego intenso, como a Marginal Pinheiros, que é vizinha ao medidor de Pinheiros, e a rodovia Presidente Dutra, próxima à estação de Guarulhos.
Carros, ônibus e caminhões também são responsáveis pelo aumento dos níveis de ozônio no ar. Embora não emitam o gás diretamente, ele se forma a partir de poluentes lançados pelos motores.
Importante para proteger o planeta dos raios ultravioleta, o ozônio é tóxico nas camadas da atmosfera que ficam mais perto do solo. Segundo Carlos Lacava, as medições de qualidade do ar costumam indicar uma maior concentração do gás no Ibirapuera, na Cidade Universitária, na Avenida Nossa Senhora do Ó e região do Campo de Marte, em Santana.
"O ozônio surge na presença do sol, por isso geralmente tem concentrações baixas à noite. Ele ataca os pulmões das pessoas e causa danos à vegetação, comprometendo o crescimento das plantas", explica Lacava.
De acordo com Clystenes Soares Silva, professor de pneumologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), não há como fugir dos poluentes vivendo em uma cidade grande. "O que é possível é minimizar a ação dos poluentes sobre o organismo não fumando dentro de casa, não tendo animais que soltam pelo dentro de casa, evitar fazer exercícios nas grandes avenidas e fugir de lugares como o parque do Ibirapuera entre as 11h e às 16h, que é o horário com maior concentração de ozônio no ar", explica.
Fonte: UOL Ciência e Saúde, 22 de setembro de 2009

Categoria: Geral


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