"Avaliando o cenário macroeconômico e visando ampliar o processo de distensão monetária, o Copom decidiu reduzir a taxa Selic para 10,25% ao ano, sem viés, por unanimidade", diz nota do comitê divulgada após a reunião.
Após a redução, o setor industrial e o comércio fizeram a mesma reclamação: o ritmo menor no corte da Selic afeta a recuperação da economia do País. Para os economistas ouvidos pela Folha Online, porém, a tendência de reduções menores vai continuar. Os bancos comerciais também reagiram ao BC e anunciaram reduções de suas taxas para consumidores e empresas.
Desde o final de 2003, o BC não promovia uma sequência de cortes de juros dessa magnitude. Agora, os diretores do BC só voltam a se reunir nos dias 9 e 10 de junho, quando deve haver um novo corte.
Apesar do corte do dia 29, o Brasil continua com uma das maiores taxas de juros do mundo. Em termos nominais, o Brasil fica atrás apenas dos juros na Venezuela (17,10%), Islândia (15,5%) e Rússia (12,5%).
Em relação aos juros reais (descontada a inflação prevista para os próximos 12 meses), o Brasil perdeu a liderança com o novo corte. A taxa caiu para 5,8%, atrás da China (6,6%) e da Hungria (6,4%), segundo cálculos da consultoria Uptrend.
Nas grandes economias mundiais, a crise já derrubou os juros para patamares próximos de zero. É o caso dos EUA (entre 0,25% e 0%), União Européia (1,25%), Coréia (2%) e Austrália (3%).
Fonte: Folha de S. Paulo, 29 de abril de 2009