Parking News

O motorista está atrasado para um compromisso e encontra o caminho todo congestionado. A primeira ideia para driblá-lo é cortar por vias menores. Eis o grande susto: a manobra deu errado por conta de obstáculos ou mudança de mão da rua e o fez passar mais tempo no trânsito do que se tivesse permanecido no congestionamento.
Quem roda bastante em São Paulo conhece bem a situação, relata reportagem da revista Época. Entrar na Cidade Universitária para fugir da Marginal Pinheiros no sentido Santo Amaro em horários de pico, por exemplo, pode virar um pesadelo. A prefeitura do campus faz dois bloqueios estratégicos nas vias, das 7h às 9h e das 17h às 19h. Isso obriga o motorista a rodar mais e ainda ter de enfrentar uma fila enorme no semáforo da portaria 1 - principal entrada da USP. "Antes de mais nada é preciso resgatar que a Cidade Universitária é um campus com finalidades bem específicas: ensino, pesquisa e extensão. Os caminhos internos da Cidade Universitária não são adequados para uso intensivo", afirma Eduardo José Siqueira Barbosa, da coordenadoria do campus de São Paulo.
Segundo Barbosa, a universidade entende os problemas da população e aceita, "embora não estimule", a condição vigente de "caminho alternativo". "Mas, se deixarmos todas as alternativas livres, teremos um enorme congestionamento na entrada da Cidade Universitária." Com efeito: mesmo com os bloqueios, é comum o trânsito entalar na portaria 1. "Os bloqueios direcionam os veículos para alternativas mais racionais, diminuindo, mas não eliminando totalmente o trânsito", diz. Ou seja, via de regra, se a Marginal está andando, ainda que lentamente, é melhor permanecer nela do que cortar pelo bairro, onde é comum haver semáforos, bloqueios e congestionamentos imprevisíveis.
Há outras dores de cabeça para quem segue pelas marginais. Uma das mais comuns, principalmente depois das reformas do início deste ano, é entrar sem querer em alguma das rodovias que saem das vias expressas, como Anhanguera ou Castello Branco. Com a construção da pista central, o motorista se confunde ao escolher por onde deve seguir. Se cair na Bandeirantes, terá de rodar ao menos 8 km até voltar ao ponto em que fez a opção inapropriada. Uma das razões desse transtorno é a falta de placas na Marginal Tietê. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e a Dersa, que executa as obras da Nova Marginal, a sinalização nos trechos concluídos deveria estar finalizada até 31 de julho.
Olho vivo também nas pontes que passam sobre as marginais, que podem se tornar armadilhas: muitas não têm alça de acesso, e o motorista acaba dando voltas e mais voltas para chegar à via desejada. Na Tietê, os exemplos de pontes que não oferecem acesso direto (ou apenas parcial) são a Cruzeiro do Sul, Santos Dumont e Júlio de Mesquita Neto; na Pinheiros, Atílio Fontana, dos Remédios, Jaguaré, Octávio Frias de Oliveira e Engenheiro Ari Torres. Esta última dá acesso à Avenida dos Bandeirantes e, não raro, está "devagar, quase parando" - consequência dos habituais congestionamentos da Bandeirantes.
A única fuga da Bandeirantes é entrar à direita na Rua Porto Martins, onde fica a churrascaria Fogo de Chão, e em seguida na segunda à esquerda, na Rua Texas. Nela, é possível seguir livre ao longo de 14 quadras até sair sob a ponte da Avenida Santo Amaro. Então, já não há mais como fugir e o jeito é encarar a Bandeirantes.
A estratégia de seguir por ruas paralelas para escapar das grandes avenidas, imaginando que são mais livres e rápidas, nem sempre funciona. Escapar da Avenida Paulista seguindo pela Alameda Santos significa trocar uma via de quatro pistas por outra de duas
Outra "roubada" do trânsito é tentar escapar da Avenida Rebouças. Quem vem da Avenida Eusébio Matoso e quer evitar o túnel normalmente sai pela Avenida Faria Lima e sobe a Alameda Gabriel Monteiro da Silva ou a Rua dos Pinheiros. Não deveria: ambas acabam na própria Rebouças e às vezes o tempo gasto para fazer o retorno e chegar até elas é maior do que seria gasto no túnel. Ou seja, a melhor maneira de evitar congestionamentos em São Paulo ainda é não transitar nos horários de pico.
Fonte: Revista Época São Paulo, agosto/2010

Categoria: Geral


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