A primeira versão da Spider, com os traços geniais do estúdio Pininfarina, foi lançada em 1966. A Duetto fez sua estreia em grande estilo, no Salão de Genebra daquele ano. O desenho da carroceria também recebe o nome de "osso de sépia", uma clara alusão ao formato do corpo do molusco, que é encontrado em todos os oceanos.
O modelo também ficou famoso nas telas de cinema. No longa "A primeira noite de um homem", Dustin Hoffmann aparece em cenas memoráveis a bordo do conversível.
Um dos itens de série mais cobiçados do clássico conhecido como Veloce, de 1974, assim como outros modelos da marca italiana, é o prazer de dirigir. São veículos feitos simplesmente para alegrar o espírito dos motoristas e proporcionar uma ótima experiência de condução.
O volante de madeira com três raios fica em ótima posição e o "piloto" pode visualizar o conta-giros e velocímetro, além dos manômetros localizados no console central. Ao girar a chave pode-se ouvir o "cuore", o motor de quatro cilindros, com 1.962 cm³ de cilindrada e 132 cavalos brutos em ação. Uma pisada mais decidida provoca o bloco, que responde com o som clássico dos carburadores duplos Dell Orto trabalhando. Sensacional.
Os números de desempenho ficaram retratados nos testes de época. Os 100 km/h em menos de dez segundos e a velocidade máxima na casa dos 195 km/h, bons números para um veículo cheio de charme e com carisma de sobra.
Mas a idéia de pisar fundo pode dar espaço a uma condução mais prazerosa, com tempo para observar os detalhes e sentir a história em movimento. A excelente dirigibilidade é um dos pontos fortes.
A empresa teve uma passagem importante na história da indústria automobilística brasileira. No início da década de 60, o FNM JK esbanjava elegância com estilo e mecânica Alfa Romeo. Na época se tornou o carro mais desejado do mercado.
Na década seguinte, em 1974, o modelo 2300 chegou às lojas. Freios a disco nas quatro rodas, motor com 140 cv brutos, câmbio de cinco marchas e ar-condicionado opcional. Um modelo recheado de qualidades e pronto para um público mais exigente. No início dos anos 90, com a abertura das importações, a Alfa Romeo marcou presença novamente por aqui, representada pelo luxuoso 164.
Em junho, em comemoração aos cem anos da fábrica, uma festa que envolveu clubes ao redor do mundo e aficionados de modo geral foi realizada na sede da empresa, em Milão, e também no tradicional evento de Goodwood, na Inglaterra.
"Toda vez que vejo um Alfa Romeo, eu levanto meu chapéu." A frase, atribuída a Henry Ford e que ninguém afirma ter sido dita, deixa claro que, mais do que meios de transporte, a marca produziu automóveis com espírito jovem e linhas eternamente clássicas. Que o digam os milhares de alfistas espalhados pelos quatro cantos do globo.
Fonte: Revista Autoesporte, 19 de julho de 2010