Para os passageiros que saem da periferia, a prefeitura vai implantar em diversos pontos da cidade estações de transferência. Todos os usuários que pegam esses ônibus vão cair numa estação dessas, uma espécie de "miniterminal" de onde vão pegar um outro ônibus que circule pelo corredor.
"A reorganização das linhas vai mexer com a cultura do passageiro que está acostumado a ter a linha direta e vai ter de fazer a integração", diz a diretora de Planejamento da SPTrans, Ana Odila de Paiva.
Com as mudanças, diversas avenidas importantes da cidade, como Pacaembu e Sumaré, vão ganhar mais ônibus. "Na avenida Pacaembu quase não passa ônibus. É um a cada meia hora", afirma.
Para o especialista em trânsito Horácio Augusto Figueira, a ideia da estação de transferência e a diminuição das linhas nos corredores é interessante, porém a prefeitura deve oferecer uma oferta maior que a demanda.
"Precisa melhorar a eficiência para o sistema funcionar de forma perfeita, senão o sistema vai para o ralo. Quando o motorista do carro olhar para o ônibus e ver que tem pouca gente em pé, que tem atrativo de conforto, ele vai deixar o carro em casa", afirma.
O objetivo da prefeitura é que as linhas da cidade funcionem em rede por meio dos chamados eixos radiais, que são vias como Rebouças, Radial Leste, Nove de Julho, onde estão os corredores de ônibus, em sintonia com os eixos perimetrais como avenidas Pacaembu e Sumaré.
"Trabalhar em rede significa ter menos linhas, porém com maior frequência. Diminuir linha não significa reduzir ônibus. É distribuir de forma diferente, utilizando melhor o sistema viário que já existe. Temos um compromisso com a qualificação. E um dos elementos de qualificação é a reserva do espaço no sistema viário", diz Ana Odila.
A cidade tem 4.500 km de rede por onde passam cerca de 15 mil ônibus e a forma de como estão organizados está errada, segundo o secretário de Transportes da Prefeitura de São Paulo, Jilmar Tatto. "Há má distribuição das linhas na cidade. Na avenida Paulista, por exemplo, tem mais de 30 linhas de ônibus que vivem vazias", afirma Tatto.
Região central
Outra mudança vai ser na região central da cidade, onde diversas linhas vão deixar de circular. Segundo a prefeitura, muitos ônibus que trafegam por ali não pegam nem deixam usuários.
Fonte: UOL, 9 de setembro de 2013