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Das mais de 700 linhas de ônibus que trafegam pelo Rio, existem 11 nas quais alguns de seus veículos já atingiram a velocidade de 110 km/h. A informação consta da base de dados dos GPSs dos ônibus que circularam entre os dias 2 e 9 de abril, analisada pelo Globo. Esses coletivos apresentam um padrão, da mesma forma que os veículos que desrespeitam o limite máximo de 50 km/h estabelecido pela prefeitura, conforme a reportagem do Globo mostrou dia 11. A maioria dos 18 casos identificados foi registrada entre a noite e a madrugada, mas também durante o dia nos fins de semana.
No sábado, dia 5 de abril, à 0h04m, o ônibus da linha 2305 (Jardim América-Castelo), com a série B32672, foi flagrado a 110 km/h na Rua Sete de Setembro, na altura da Praça Tiradentes. Essa mesma velocidade foi registrada por duas vezes, dois minutos depois, por esse mesmo veículo.
A análise da base de dados mostra que os consórcios das empresas de ônibus que mais utilizam as vias expressas da cidade, como Linha Amarela e Avenida Brasil, tendem a apresentar as maiores velocidades médias. Ou seja, quando podem, os motoristas aceleram mais, especialmente nas vias onde há mais espaço para correr, mesmo que para isso desrespeitem o limite de velocidade desses locais.
Os ônibus do Consórcio Santa Cruz, que atendem aos bairros da Zona Oeste e têm linhas que percorrem a Avenida Brasil, por exemplo, apresentam a maior velocidade média: 40 km/h. A Intersul, que circula por bairros da Zona Sul, onde costuma haver muitos congestionamentos, a velocidade média é menor: 32 km/h.
Entre as linhas com maior velocidade média, a campeã é a 2308 (Cosmo-Carioca, via Avenida Brasil), com 73 km/h. A linha pertence à empresa Algarve, que integra o Consórcio Santa Cruz. A segunda linha com a maior velocidade média é a 2303 (Cesarão-Carioca, via Av. Brasil), com 72,5km/h.
Para o professor de engenharia de transportes da Coppe, Paulo Cezar Ribeiro, os dados comprovam que os motoristas necessitam de um maior preparo e a prefeitura precisa ampliar o seu sistema de fiscalização. Segundo Ribeiro, a atividade de motorista de ônibus é estressante, enfrenta adversidades, mas isso não justifica os excessos de velocidade.
A Secretaria municipal de Transportes informou que todas as vias identificadas pelo Globo, onde houve excesso de velocidade dos ônibus, são fiscalizadas por radar eletrônico. Segundo o órgão, mais de 25 mil multas foram aplicadas contra as empresas por excesso de velocidade em 2013.
Fonte: O Globo (RJ), 12 de maio de 2014

Categoria: Geral


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