Não falta fiscalização apenas sobre a ação dos guardadores. Um sindicato e sete cooperativas e associações, além de uma pessoa física, ditam as regras de um mercado oficial que movimentou, de janeiro a dia 23 deste mês, 3,720 milhões de tíquetes (no valor de R$ 7,4 milhões, levando-se em conta o valor de face de R$ 2,00 de cada um pago pelos motoristas). Esses intermediários, credenciados para comprar talões diretamente da CET-Rio, são encarregados da distribuição. Antes de chegar às mãos do guardador, os bilhetes passam ainda por outros atravessadores, que também lucram com a revenda. A desordem é tanta que, das oito entidades que compraram talões para vender este ano, sete não funcionam nos endereços cadastrados na prefeitura entre junho 2008 e janeiro de 2009.
As quatro associações que tiveram o registro localizado na Junta Comercial também não existem nos endereços informados. No local onde deveria estar instalada a sede da Cooperativa dos Guardadores Autônomos de Veículos Automotores do Estado do Rio de Janeiro (Unigav), por exemplo, na Tijuca, há um letreiro de um salão de beleza.
O prefeito Eduardo Paes e o secretário de Transportes, Alexandre Sansão, dizem que, com o sistema autooperativo, implantado em 2001, a prefeitura só pode fazer duas coisas: vender talões a empresas e pessoas físicas cadastradas e multar motoristas que param irregularmente. "A CET-Rio não fiscaliza o que acontece no meio do caminho", alega Sansão.
Paris e Nova York usam parquímetros
Guardador de carro não é encontrado em grandes cidades turísticas do mundo. Em Paris, por exemplo, o estacionamento em vias públicas é pago por meio de parquímetros, equipamentos com relógio onde o motorista coloca moedas, cartões pré-pagos (nos valores de 10 ou 30 euros) e, em algumas áreas, cartões de crédito.
Em Nova York não é permitido estacionar nas grandes vias, como a Quinta Avenida. Em ruas transversais, há um sistema misto de estacionamento: há ruas com parquímetro, que funcionam com moedas, e outras com um sistema novo, que aceita cartões de débito e crédito. Lá, a multa é de US$ 65 por hora.
Fonte: O Globo (RJ), 29 de março de 2009