Ao menos 70 voluntários - entre usuários e não usuários - participam do estudo. Nos testes, eles "dirigem" um carro real, dentro do laboratório da Universidade de Sydney, com um simulador que mostra a cidade, sinais de trânsito, pedestres e outros veículos em movimento. Os voluntários também usam um óculos especial para tornar a experiência mais "realista".
Antes dos testes, são retiradas amostras do sangue dos voluntários, para medir a concentração de anfetaminas no organismo. A reação e concentração do motorista são avaliadas em situações simulando alta e baixa velocidade, relata a BBC Brasil.
A metanfetamina é uma droga comum nos países ocidentais e seu consumo vem crescendo rapidamente em vários países. Ela se manifesta no sistema nervoso, aumentando o estado de alerta do consumidor. Outros efeitos da droga, que é altamente viciante, são euforia e aumento do apetite sexual.
Segundo o professor Iain McGregor, do Departamento de Psicofarmacologia da Universidade de Sydney, a droga é encontrada no mercado em versões mais potentes, como o "ice", cujos sintomas incluem paranoia, alucinações e alterações na habilidade motora e de controlar o humor.
Consumo
Os resultados do estudo, que, segundo McGregor, devem ser divulgados daqui a três meses, são aguardados com interesse na Austrália, onde o consumo da droga é o que mais cresce. "Mais de meio milhão de australianos usam metanfetaminas", disse o pesquisador David Bosanquet, responsável pelo projeto.
"Nunca houve uma pesquisa a respeito disso antes e, portanto, não sabemos muito sobre como as metanfetaminas contribuem para os erros na hora de dirigir, por isso é importante entender a parte científica".
Segundo o cientista, a metanfetamina, droga mais forte que o crack, é consumida geralmente por jovens, principalmente homens motoristas, que costumam usá-la para se manterem acordados durantes longas viagens.
"As metanfetaminas podem ter efeitos devastadores na hora de dirigir e são a causa de muitos acidentes e fatalidades no trânsito", disse Bosanquet. "Além disso, os efeitos podem permanecer no organismo durante quatro dias."
Em 2004, o Estado australiano de Victoria foi o primeiro lugar no mundo a implementar testes de saliva durante controles aleatórios no tráfego para verificar o uso de drogas como metanfetaminas, ecstasy e maconha.
Fonte: BBC Brasil, 8 de maio de 2009