Segundo o Contran (Conselho Nacional de Trânsito), responsável por estabelecer as normas para fiscalizar as infrações, não existe prazo para que as multas sejam cobradas, já que nunca se encontrou uma forma de fazer isso, relata a Folha de S. Paulo.
Assim, os fiscais não podem autuar quem está a pé. O código proíbe os pedestres de, entre outras coisas, andar nas pistas, exceto para cruzá-las; e atravessar a rua em cruzamento, salvo quando houver sinalização para esse fim.
Em uma hora, a Folha flagrou cerca de 360 infrações de pedestres no movimentado encontro entre as avenidas Ipiranga e São João, no Centro de São Paulo.
A reportagem observou o trânsito no local das 16h15 às 17h15 de uma terça-feira. O cruzamento é o 3º com mais atropelamentos de São Paulo, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego. Os dois mais perigosos são, pela ordem, o da Avenida do Estado com a Santos Dumont e o da Avenida Brigadeiro Luís Antônio com a Paulista.
Das pessoas flagradas, 63% atravessaram com o sinal vermelho para elas. Outros 21% se arriscaram atravessando em local proibido.
Durante o período em que a reportagem permaneceu no local, um agente da CET ordenava o trânsito e dava informações. Em duas ocasiões, o fiscal usou o apito para orientar quem estava a pé. Nenhum dos pedestres, porém, chegou a ser parado.
Atropelamentos
Uma análise qualitativa de 72 casos feita por um grupo mantido pela CET apontou que 83% dos atropelamentos de 2008 ocorreram fora da faixa e da calçada. Segundo o órgão, 7.602 pessoas foram atropeladas na cidade, com 658 mortes.
Fonte: Folha de S. Paulo, 8 de maio de 2009