Parking News

A aposentada Sônia Cacace abdicou do conforto do carro particular pela praticidade do táxi há dois anos. "Como rodo pouco, o custo para manter um automóvel sai mais caro. Minhas oito colegas também fizeram o mesmo. Hoje, nem o trânsito caótico me estressa tanto", relata Cacace, que diz aproveitar melhor o tempo ocioso no banco do passageiro. A pedido da Folha, Samy Dana, professor de finanças pessoais da Fundação Getulio Vargas, comparou os custos anuais para manter um carro e para andar de táxi. Os cálculos do professor mostram quando é vantagem vender o carro e ir (ou ligar) para o ponto. Para quem roda até 15 km por dia entre ida e volta (do trabalho, por exemplo), o táxi sai (1%) mais barato do que manter um veículo de R$ 40 mil (preço médio dos carros novos vendidos no país).
O custo anual para rodar aproximadamente 5.500 km com carro particular é de cerca de R$ 17.300. Isso quando o dono arca com combustível e todas as taxas, como inspeção, seguro e estacionamento. A depreciação do veículo também está inclusa - o Datafolha calcula que o carro perca 7% do valor ao ano. "Considerei ainda que o valor de um carro médio aplicado renderia R$ 300 por mês. Isso custearia quase uma semana de táxi em trajetos curtos", calcula Dana. Quando a comparação é feita com um modelo "popular", de R$ 25 mil e com motor 1.0, que é mais econômico, o táxi só compensa para quem roda até 10 km por dia. Nesse caso, o custo anual para percorrer 3.600 km seria de R$ 12.463 - R$ 10 a menos do que com o carro. Isso porque a tarifa de táxi na capital paulista é cara, apontam especialistas. Custa quase o dobro da de Buenos Aires, por exemplo. Em São Paulo, além dos R$ 4,10 iniciais, paga-se mais R$ 2,50 por quilômetro rodado. Após as 20h e aos domingos, esse valor aumenta 30%. Mesmo assim, o arquiteto de informação Avi Alkalay vendeu o segundo carro da família. "A cidade não comporta mais esse luxo."
Coletivo
Para o especialista em engenharia de tráfego Sérgio Ejzemberg, tanto faz usar o táxi ou carro - porque o veículo individual vai ocupar o mesmo espaço na rua. A solução mais adequada é o transporte coletivo, como o metrô. "As pessoas só desistirão do carro quando houver um transporte coletivo decente - com o mínimo de conforto", diz.
Lei Seca e alto preço para estacionar pesam em SP
A naturóloga Fernanda Leme trocou o carro pelo táxi quando a gestão do então governador José Serra implantou a Lei Seca no Estado, sancionada em 2008. "Passei a usar táxi para ir às baladas e vi que era vantajoso, porque os estacionamentos estão muito caros." A medida da naturóloga, porém, não se limitou aos seus trajetos noturnos. Moradora do Alto da Lapa (zona oeste), ela agora só usa o carro para viajar. "Fiz as contas e também vi a vantagem de usar o táxi na minha rotina. Como meu percurso para o trabalho é pequeno, não é vantagem sair de carro."
Para quem teme ficar na mão, ou perder a liberdade de locomoção, o aluguel ocasional é uma opção. Segundo a Abla (associação das locadoras), em 2010, cerca de 3,6 milhões de motoristas alugaram um carro para o lazer de fim de semana. A diária média de um modelo básico (sem ar-condicionado) sai por R$ 85 - com seguro, mas sem combustível. Já o aluguel mensal de um compacto varia de R$ 1.500 a R$ 2.500, quase o mesmo custo para manter um carro próprio (R$ 17,3 mil por ano).
Fonte: Folha de S. Paulo, 15 de maio de 2011

Categoria: Geral


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