O mesmo se dá com comerciantes que sempre dispuseram de vagas gratuitas diante de seus estabelecimentos, como uma facilidade para seus clientes, e temem sofrer prejuízo. Ao mesmo tempo, surgem notícias de aumentos de preço nos estacionamentos. O mais provável é que venha a ocorrer, em Moema, o mesmo que se deu no restante da cidade desde a experiência inicial de 1975. O balanço entre perdas e ganhos resulta em mais vantagens para mais gente. O trânsito melhora na região onde funciona a Zona Azul. Passa a haver mais vagas para mais pessoas, num evidente processo de democratização. O comércio ganha novos clientes, atraídos pela possibilidade de estacionar onde antes não conseguiam. Não será de espantar, na verdade, se outras regiões vierem a pedir o mesmo "tratamento azul" dispensado a Moema. É importante, no entanto, que a Companhia de Engenharia de Tráfego elimine os problemas ocorridos antes e que agora se repetiram em Moema, tais como a falta de locais de venda de talões de Zona Azul e de fiscais para impedir o estacionamento irregular. Além disso, é preciso assegurar que a maior fluidez do trânsito não signifique aumento da velocidade, provocando uma degradação da qualidade de vida nas zonas estritamente residenciais. Nelas, convém que os limites de velocidade permaneçam baixos, em nome da segurança, do sossego, do silêncio.
Fonte: Agora São Paulo, 5 de maio de 2010