Parking News

Parar nas grandes cidades como São Paulo se transformou numa tarefa difícil e demorada. Quando o motorista encontra uma vaga, geralmente ela está longe do destino ou é região de estacionamento tarifado pelas prefeituras. Se não tiver nada disso, há guardadores de carro que cobram para "vigiar" o veículo, ressalta reportagem do Jornal Hoje.
A frota brasileira aumenta a cada ano. Em 1999, não chegava a 19 milhões de automóveis, segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Dez anos depois, passava dos 34 milhões de veículos.
Para permitir o tráfego, o poder público foi impedindo o estacionamento nas ruas. Em alguns locais, só pode de um lado da via; em outros, de lado nenhum. Em São Paulo, a reportagem do Jornal Hoje fez um teste: quanto tempo o motorista demora a encontrar uma vaga?
O local escolhido foi a região da Avenida Paulista. Os motoristas não podem estacionar em seus 2,8 km de extensão. Para parar o carro, o motorista precisa procurar vagas nas ruas próximas. Após procurar durante 10 minutos, a reportagem encontrou um lugar de Zona Azul a quatro quarteirões. Para chegar até a Paulista, é necessário caminhar durante 20 minutos.
No centro de Curitiba a equipe do Jornal Hoje rodou quatro quarteirões, 10 minutos para encontrar uma vaga. No Rio de Janeiro foram mais de 23 minutos para encontrar uma vaga em Ipanema. "É um lugar maravilhoso, mas é muito difícil de estacionar", afirma uma motorista. E em Salvador a maratona demorou 27 minutos.
Outro teste foi feito perto de uma das maiores faculdades de São Paulo. As vagas foram loteadas pelos guardadores. Com caixotes de madeira, eles impedem a entrada e só permitem o estacionamento de quem paga.
Um flanelinha afirmou que os caixotes são de uma obra. Outro flanelinha, porém, admite que os caixotes e cones são usados para reservar os lugares dos clientes. "Cobro R$ 80. Quem paga tem vaga garantida."
Antes mesmo de estacionar os flanelinhas já cobram. "Deixa um cafezinho para nós aí", afirmou um guardador à reportagem do Jornal Hoje. O Ministério Público afirma que esses guardadores podem ser enquadrados pelo crime de extorsão. O difícil é a polícia começar a investigação, já que as vítimas não registram boletins de ocorrência.
Para Jaime Waisman, engenheiro transportes, a saída é o transporte público e ele ainda avisa: as vagas para estacionar vão ficar cada vez mais raras. "À medida que aumenta a demanda por mais espaço para que os carros, caminhões e ônibus possam fluir melhor nas ruas, faz-se necessário eliminar vagas de estacionamento", declara.
Fonte: Jornal Hoje (TV Globo), 4 de maio de 2010

Categoria: Mercado


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