Já a taxa positiva de 1,45% de abril do grupo alimentação representou 58% da variação do IPCA no mês - 0,57%. Em março, esse percentual havia sido de 67% para uma alta de 1,55% naquele mês.
De um lado, o clima prejudicou lavouras por causa das fortes chuvas, que afetaram culturas como as de feijão e tomate - com altas de 57,05% e 57,62% de janeiro a abril, respectivamente.
Economia aquecida
Por trás desse movimento, porém, está o cenário de economia aquecida, que propicia aumentos de preço. "Há a questão da demanda que está aquecida, mas também ocorreram chuvas muitos fortes. É possível que os dois fatores estejam contribuindo para a pressão dos alimentos", disse Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preço do IBGE.
Também pressionaram a inflação em abril o reajuste dos remédios (2,22%) e o fim da redução do IPI para veículos, que fez os carros novos subirem 1,04% no mês. Por causa da entrada da nova estação, o vestuário também puxou a taxa para cima, com alta de 1,28% em abril.
Na outra ponta, contribuíram para segurar o avanço do IPCA a redução dos preços do álcool e gasolina (que recebe adição do biocombustível) em abril - de -0,46% e -3,02%, respectivamente, sob efeito da maior oferta graças ao início da safra da cana-de-açúcar.
Fonte: Folha Online, 7 de maio de 2010