"Viemos de altas muito fortes e um ajuste era esperado, principalmente depois da retirada do IPI dos automóveis, que representou um impacto relevante na produção industrial", afirma Bernardo Wjuniski, economista da Tendências.
Ele citou ainda outros indicadores que apontam a mesma orientação de queda. A produção de automóveis caiu 7,3% em abril contra março, segundo dados da Anfavea, dessazonalizados. Já o consumo de energia, conforme o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em dados também dessazonalizados, caiu 0,6%.
"Os dois indicadores captam o desempenho da indústria e o consumo das famílias, assim como o Índice ABCR, e podemos observar que está tudo bastante alinhado", afirmou Wjuniski.
O fluxo de veículos leves caiu 0,9% em relação a março, enquanto o fluxo de pesados mostrou queda de 1,9%. "Há muita inércia dos meses anteriores, em que a indústria produziu em sua capacidade máxima e, agora, começa a desacelerar o ritmo", comentou o especialista.
Fonte: jornal Valor Online, 10 de maio de 2010