A pesquisa realizada para o Sindepark pela empresa de consultoria Hora H, em novembro de 2009, com pessoas que estacionam os seus carros em vias públicas, próximas a estacionamentos privados, mostra as principais razões pela opção de estacionar nas ruas.
O não usuário, da mesma forma que o usuário, procura uma vaga o mais perto do destino, com facilidade de acesso. A diferença está em que, achando uma vaga na via pública, prefere esta, em vez de pagar o estacionamento. Em nenhum caso porque teria encontrado estacionamentos privados lotados.
Ou seja, teve a opção e preferiu a via pública.
Apenas 16% estacionaram no local pela primeira vez. Os demais já conhecem a área, são "habituées", sendo que 16% estacionam há mais de cinco anos. Considerando os que o fazem entre um e cinco anos, a soma chega à metade.
A maior parte permanece pouco tempo, o que caracteriza a razão do destino e estacionamento para reuniões ou resolução de assuntos pessoais (bancos, cartórios, consultas etc.). Apenas 25% trabalham na área, estacionando cinco a mais vezes por semana (cerca de 20%).
A eventual migração desses não usuários para os estacionamentos pagos não depende deles, mas da regulação por parte do Poder Público, ao reduzir as vagas gratuitas e ampliando as vagas em Zonas Azuis.
O não usuário tem um comportamento similar ao usuário. Não está disposto a andar muito do local de parada do seu carro até o seu destino.
Pela sua habitualidade, sabe onde procurar a vaga. Caso não a encontre, gratuita ou em Zona Azul, provavelmente irá para um estacionamento pago. Apenas uma pequena parcela continuará procurando uma vaga gratuita, ainda que depois tenha de andar mais para não pagar o estacionamento.
O único diferencial que o estacionamento pago pode oferecer aos não usuários, principalmente os de Zona Azul, é o valor fracionado, já que 40% permanecem por menos de 30 minutos.
* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica do Sindepark. Com mais de 40 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.