Homens, motoristas, com idades entre 25 e 34 anos. Esse é o perfil da maioria das vítimas de acidentes de trânsito no Brasil indenizadas pelo Seguro DPVAT nesse período. Os motoristas representam 59% das indenizações, seguidos pelos pedestres (24%) e passageiros (17%).
O presidente da Seguradora Líder DPVAT, Ricardo Xavier, diz que este número de indenizações representa um recorde: "São três indenizações por minuto. Estamos aqui falando, as pessoas estão morrendo no trânsito, a seguradora está pagando as indenizações e este volume está aumentando", afirmou Xavier, ressaltando que 69% das indenizações são pagas a acidentes envolvendo motociclistas.
As ocorrências envolvendo automóveis somam 25% das indenizações. Os demais casos foram referentes a acidentes com caminhão, ônibus e micro-ônibus.
Ricardo Xavier afirma que o seguro carrega certo estigma por ser obrigatório, mas garante ao acidentado atendimento na rede pública de saúde. "O DPVAT carrega o peso do seguro obrigatório, mas isso não é uma coisa que existe só no Brasil. É um seguro de responsabilidade civil criado há 37 anos pela lei federal 6.194/74. Só neste ano, o Fundo Nacional de Saúde receberá mais de R$ 3 bilhões para atendimento. É preciso uma aplicação efetiva destes recursos", afirma Xavier.
A indenização por morte tem o valor de R$ 13,5 mil; o valor por invalidez também pode chegar a R$ 13,5 mil; e a cobertura com gastos médicos tem o teto de R$ 2,7 mil.
Os casos de invalidez permanente representaram a maioria das indenizações pagas pelo Seguro DPVAT no período (66%), mantendo o mesmo comportamento observado no primeiro semestre de 2011. Contudo, o maior crescimento percentual foi registrado nos reembolsos de despesas médicas, que aumentaram 41% em relação ao mesmo período de 2011.
De janeiro a junho deste ano, a região Nordeste concentrou a maior parte das indenizações pagas pelo DPVAT (30%), predominantemente para acidentes envolvendo motocicletas, seguida pelo Sul (27%), Sudeste (25%), Norte (10%) e Centro-Oeste (8%). O dado difere do observado no primeiro semestre de 2011, quando a região Sul concentrou a maior incidência de indenizações pagas no país (30%), a maioria também envolvendo motocicletas.
Para Xavier, a alteração no cenário da estatística pode ter relação com a mudança do perfil da frota nas regiões. "Neste primeiro semestre, a região Nordeste teve um crescimento na frota de motocicletas de 13% em relação a junho de 2011, enquanto a frota de motos na região Sul cresceu apenas 4%. Isso pode ter impactado diretamente na mudança do quadro das indenizações", aponta.
Fonte: UOL, 23 de agosto de 2012