A medida, reivindicada pela Petrobras para gastar menos com importação de gasolina, não seria viável neste ano porque a safra de cana não atenderia essa demanda.
Os produtores de cana e as usinas também defendem o aumento da mistura para estimular o setor.
A decisão, contudo, resolve parte do problema do etanol anidro, que é misturado à gasolina, mas não do hidratado, utilizado puro para abastecer os carros flex.
Atualmente, com o preço da gasolina contido artificialmente, o etanol hidratado não tem rentabilidade. Reflexo disso é que apenas cerca de 40% da frota de carros flex no país utiliza etanol.
Além de aumentar a mistura de etanol na gasolina, a equipe da presidente Dilma vai analisar outras medidas para aumentar a produção de combustível no país.
Os técnicos calculam ser possível elevar a produção de etanol sem investimentos em novas usinas.
As atuais têm capacidade para moer até 700 milhões de toneladas de cana por ano, mas a última safra foi de 550 milhões de toneladas. Ou seja, é possível agregar pelo menos mais 150 milhões de toneladas.
O cenário mais otimista traçado pelos técnicos, que prevê o menor volume de importação de gasolina nos próximos anos, foi baseado na adoção de medidas para somar mais 150 milhões de toneladas de cana na produção - 90% teriam de ser destinados para etanol e 10% para produzir açúcar.
Fonte: Folha de S. Paulo, 26 de agosto de 2012