O sedã Cobalt e o monovolume Spin, da General Motors, têm versões com fila de 30 a 60 dias. Desde o anúncio do corte do IPI, em maio, as montadoras - que nos dois meses anteriores operaram com semana reduzida de trabalho - voltaram a fazer horas extras, mas ainda assim há falta de alguns carros.
No mês passado, a Fiat contratou 600 funcionários para ampliar a produção diária de 3 mil para 3.150 unidades em Betim (MG). Na GM, os funcionários de São Caetano do Sul estão trabalhando dois sábados por mês.
Na Volkswagen de São Bernardo do Campo e de Taubaté há expediente quase todos os sábados desde junho. Na Honda, os funcionários de Sumaré cumprem 2,5 horas extras por dia desde julho. A Ford, que chegou a adotar a semana de quatro dias, agora opera em ritmo normal.
Na opinião do sócio-diretor da RC Consultores, Fábio Silveira, a manutenção do corte do IPI até o fim do ano "é fundamental para engatilhar uma recuperação mais substancial da economia em 2013". Para ele, o fim do incentivo "vai frustrar um movimento de expansão gradual" da indústria automobilística e do setor industrial como um todo.
Mesmo com o IPI menor, a produção de carros está caindo 8,5% em relação ao ano passado, enquanto as vendas apresentam alta de 4,9% até julho. Silveira acredita que, sem o benefício, o setor fechará o ano com resultados abaixo do esperado.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 23 de agosto de 2012