Em uma cidade cada vez mais impermeabilizada, coberta de asfalto e cimento, a água que escorre na superfície de São Paulo só tem como saída os bueiros. Quando sujos, entupidos, eles causam alagamentos localizados. Quando estão limpos, eles levam a água mais rapidamente para galerias, córregos e para o seu destino na cidade: o Rio Tietê.
"Não tem outra saída de drenagem que não seja o Tietê. Não há centímetro que se impermeabiliza que não tenha reflexo no Tietê", diz Mônica Amaral Ferreira Porto, professora de Engenharia Hidráulica na USP.
O estacionamento no campus da USP está sendo usado para um estudo: metade foi pavimentada com um asfalto mais poroso; a outra metade tem tijolinhos de cimento. O estudo é recente, mas em relação à chuva que castigou São Paulo na madrugada do dia 21 de janeiro já é possível ver resultados.
Nove horas depois da tempestade, a água, que se infiltrou no solo, escoava lentamente, bem longe do Tietê.
CGE
O mês de janeiro também está perto de ser o mais chuvoso na história de medição do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), ligado à Prefeitura de São Paulo, que mede o volume de precipitação desde 1995. Segundo o centro, a capital já teve nesses 21 primeiros dias do ano 316,9 mm de chuva.
O recorde registrado pelo CGE é de 1996: 318,8 mm durante todo o mês. Ou seja, falta apenas 1,9 mm para que a marca seja batida nos dez dias restantes do mês.
Fonte: Jornal Nacional, 21 de janeiro de 2010