Dia 21 de janeiro, feriado de praias lotadas no Rio de Janeiro, os flanelinhas que não são legalizados, mas exploram vagas em ruas próximas às praias da Barra da Tijuca e do Recreio dos Bandeirantes, também reclamaram de ameaças e extorsão. Para trabalhar nos fins de semana e feriados, eles precisam dar pelo menos R$ 10,00 aos grupos paramilitares. Guardadores que usam terrenos como estacionamento de carros são obrigados a pagar R$ 20,00.
De acordo com as denúncias, pelo menos 10 guardadores de associações, cooperativas e do sindicato da categoria foram pressionados a deixar seus pontos nas últimas semanas. Para cuidar dessas 250 vagas, milicianos estariam colocando flanelinhas de sua confiança para arrecadar dinheiro dos motoristas. Os que se recusavam a abandonar o ponto eram obrigados a pagar entre R$ 40,00 e R$ 60,00 a homens armados. Depois de mais de 40 minutos procurando vaga, a técnica de segurança do trabalho Ana Paula Pimentel, 38 anos, deixou o carro em um terreno, com flanelinha não cadastrado pela prefeitura. Ela teve que pagar R$ 5,00, sem garantias de que iria voltar e encontrar o carro onde deixou. "O Choque de Ordem e a fiscalização estão aí. Sei que meu carro pode ser rebocado, mas estou chegando tarde à praia e não há mais vagas. Agora é torcer para não acontecer nada", disse.
Na orla, a maioria dos veículos estacionados estava com tíquete no parabrisa. Segundo os guardadores cadastrados pela CET-Rio, fiscais circulam o todo tempo distribuindo novos talonários e reclamam se encontram carros sem identificação do pagamento.
Fonte: O Dia (RJ), 22 de janeiro de 2010