"Estamos apreendendo as motocicletas e queremos levar estes motociclistas à Justiça para que eles expliquem porque eles pensam que usar uma cabaça (como capacete) garante sua segurança", afirmou.
Até o momento 50 motos foram apreendidas apenas em Kano, segundo Garba. Em todo o país milhares de motos foram apreendidas e os motociclistas nigerianos já fizeram protestos.
Uma das categorias mais atingidas pela lei é a dos motociclistas que oferecem serviços de táxi, as mototáxis, bastante populares nas ruas congestionadas e caóticas dos centros urbanos nigerianos. Com a introdução da nova lei no dia 1º de janeiro, vários mototaxistas insatisfeitos - que se viram obrigados a também oferecer capacetes aos seus passageiros - realizaram protestos contra o preço dos capacetes convencionais, que podem chegar a US$ 29 - um preço alto para os nigerianos. Uma moto, na Nigéria, pode custar US$ 290 e uma corrida curta pode custar 70 nairas, ou US$ 0,50. Os mototaxistas afirmam que os passageiros geralmente roubam os capacetes quando chegam a seus destinos.
Os jornais locais também afirmam que muitos passageiros temem que os capacetes possam ser usados por motociclistas para enfeitiçá-los e facilitar o roubo. "Algumas pessoas podem colocar juju (amuleto) dentro do capacete e, quando eles são usados, a vítima pode perder a consciência", disse o passageiro Kolawole Aremo ao jornal local Daily Trust.
O número de mototáxis aumentou nas grandes cidades da Nigéria nos últimos anos, o que gerou a preocupação com a segurança. Acidentes são comuns. Autoridades do setor de segurança no trânsito afirmam que quase todas as colisões nas cidades nigerianas envolvem um mototaxista. Mais de 4 mil pessoas morrem todos os anos no trânsito nigeriano e 20 mil ficam feridas, segundo a Comissão Federal de Segurança no Trânsito.
Fonte: BBC Brasil, 7 de janeiro de 2009