Nos próximos meses, a julgar pela evolução esperada para os principais condicionantes da demanda (massa salarial, confiança do consumidor e condições de crédito), as vendas internas de veículos leves devem voltar a exibir tendência de crescimento. As condições de crédito não devem piorar tanto, o que atuará como fator estimulante para as vendas domésticas de automóveis. Tal expectativa sustenta-se na perspectiva de subida em menor magnitude das taxas de juros finais médias em relação ao inicialmente imaginado, dado que o Banco Central reduziu o ritmo de alta da Selic na última reunião do Copom e deve finalizar o atual ciclo de alta em setembro.
A produção doméstica de veículos deve acompanhar a trajetória a ser exibida pelas vendas no mercado interno. A única ressalva a ser feita reside nos estoques acumulados em maio e junho, que se mantiveram relativamente elevados em julho. Nos próximos meses, devem ocorrer alguns ajustes na produção, de modo a reduzir um pouco os níveis dos estoques.
De qualquer forma, a produção nacional total do setor deve registrar forte aumento neste ano, impulsionada também pelo bom desempenho dos segmentos de caminhões e ônibus, que têm apresentado vigor maior do que o de carros de passeio. Nossa projeção é de fabricação de 3,47 milhões de veículos, o que representaria uma elevação de 9,2% em comparação ao apurado em 2009. Já para o ano que vem, o aumento na produção deve ser de 7,5%.
Fonte: BOL Notícias, 5 de agosto de 2010