Cenas semelhantes foram vistas pela Folha em outras regiões.
No cruzamento das ruas Sarapuí, João Antônio de Oliveira e Barão de Monte Santo, na Mooca (zona leste), quem estava na calçada tinha de aguardar três ciclos do semáforo até ele abrir.
Na av. Morumbi, altura da av. Portugal, no Brooklin (zona sul), a mesma coisa - e a espera à tarde variava de um a mais de quatro minutos.
A CET culpa defeitos no sistema de botoeiras. Horácio Augusto Figueira, mestre em engenharia pela USP, estranha. "Parece uma estratégia operacional contra os pedestres e somente a favor de quem está em veículos", diz.
Ele acompanhou a Folha na av. Tucuruvi, onde a espera variava até cinco minutos.
João Cucci Neto, professor de engenharia do Mackenzie, diz que a recomendação técnica é para que um ciclo de semáforo (tempo total para atender todos os fluxos) não supere 120 segundos. "Ao lidar com a realidade, os cálculos mostram que às vezes isso provocaria congestionamentos gigantescos."
Por isso, alguns são programados para demora até 50% maior - a favor dos carros. Eduardo Daros, da Associação Brasileira de Pedestres, defende aparelhos de contagem regressiva para que os pedestres saibam quanto falta para abrir. "Testei minha paciência. Mais de um minuto e meio não dá."
Fonte: Folha de S. Paulo, 4 de agosto de 2010