Após dois anos de testes, ele seria repaginado. Em 1997, o objetivo central da ação passou a ser o aumento da fluidez do tráfego. A operação, pelos números atuais, não faz direito nem uma coisa nem outra.
Os índices de poluição, principalmente por ozônio e poeira, estão mais ou menos estabilizados, mas em níveis altos, indicam os registros.
O trânsito, principal alvo do rodízio em vigor, continua cada vez mais travado, por causa do aumento da frota. "O rodízio por si só e da forma como ocorre na cidade não é solução nem para a qualidade do ar nem para a mobilidade", diz a pesquisadora Leila Martins, especialista em poluição do ar. Ela lembra que a legislação brasileira é muito permissiva se comparada, por exemplo, com a da União Europeia e a dos EUA.
Para outra estudiosa do assunto, Maria de Fátima Andrade, da USP, quantificar o impacto do rodízio na poluição não é uma tarefa fácil. "A operação deve contribuir pouco para baixar os poluentes. Mas sua existência não deixa ainda de ser positiva", afirma Maria de Fátima.
Alfredo Szwarc, que dirigia a Cetesb (agência ambiental estadual) em 1995, diz que a experiência foi positiva 15 anos atrás. "Baixou os níveis de monóxido de carbono na atmosfera, que era o problema da época", afirma.
Ultrapassado
Em 1995 e 1996, a restrição durava o dia inteiro e não apenas três horas no pico da manhã e outras três à tarde. "Atualmente, no máximo, o rodízio evita que o problema piore (em termos de poluição do ar)", diz Szwarc.
No quesito redução do trânsito, diz o consultor, o rodízio "está ultrapassado".
Na semana passada, especialistas voltaram a pedir a extensão do rodízio, novamente, por motivos ambientais. O governo do Estado chegou a recomendar oficialmente que os paulistanos deixassem o carro em casa.
Fonte: BOL Notícias, 29 de agosto de 2010