De acordo com Patrícia de Oliveira Cuenca, gerente da loja Cadê o Nenê, na zona leste de São Paulo, a procura aumentou desde junho, quando a medida deveria ter começado a vigorar, e voltou a ficar mais intensa nos últimos dias.
Porém, segundo ela, a loja está deixando de atender os clientes e de aumentar o faturamento devido à falta de comprometimento dos fabricantes. "Não tenho estoque. De junho até agora os fabricantes não conseguiram repor a mercadoria. A gente faz um pedido de 300, 400 cadeirinhas e eles conseguem entregar no máximo 5 ou 6", reclama a gerente.
Em São Paulo as multas começam apenas no dia 6
Apesar de o uso da cadeirinha passar a ser obrigatório hoje, dia 1º de setembro, em todo o País, a Polícia Militar de São Paulo informou que só vai começar a multar no dia 6.
Antes disso, as blitze previstas para ocorrer em todas as regiões da capital paulista terão apenas caráter educativo. Até 3 de setembro, o Comando de Policiamento de Trânsito (CPTran) planeja realizar 36 blitze em bairros com grande número de escolas.
Serão 12 por dia - seis de manhã, nos horários de entrada dos colégios, e seis à tarde, na saída das aulas. No fim de semana dos dias 4 e 5 não haverá operações. E, a partir do dia 6, começarão a valer as autuações previstas na lei, segundo o capitão Paulo Sérgio de Oliveira, do CPTran.
A importadora Divicar, do Rio Grande do Sul, também reclama da falta de produtos em estoque. "Desde junho continuamos com o mesmo problema", afirma Marcelo Paiz, supervisor de vendas da empresa. Segundo ele, a importadora continua recebendo encomenda de lojistas, mas, infelizmente, não tem condições de trabalhar com prazos.
"Diante dessa situação, que é generalizada, acredito que o governo devesse prorrogar, pelo menos até o final do ano, o prazo para que as pessoas pudessem adquirir as cadeirinhas", sugere o gerente.
Já na rede PBKids Brinquedos, aparentemente não há problemas para atender a demanda crescente. "Entre janeiro e agosto tivemos um aumento de vendas na faixa dos 100%", afirmou Julieta Ferreira, gerente de compras da rede, garantindo que ainda há produtos à disposição. O gerente de marketing da rede Alô Bebê, Milton Bueno, também afirmou que as lojas contam atualmente com estoque para atender um aumento de cerca de 30% nas vendas das cadeirinhas.
A resolução do Contran, aprovada em 2008, prevê multa gravíssima de R$ 191,54, além de sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e retenção do veículo, para quem descumprir a lei.
Certificação do Inmetro
Existem atualmente 97 modelos de cadeirinha, assento de elevação ou bebê conforto, entre importados e nacionais, com o selo do Inmetro. Segundo o órgão, antes de comprar o acessório, os pais devem levar em consideração o peso e a altura da criança. Há dispositivos de retenção que podem ser usados por crianças de até dez anos aproximadamente.
Fonte: UOL Notícias, 27 de agosto de 2010