A Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de São Paulo decretou dia 26 de agosto estado de alerta na capital paulista, pelo quarto dia consecutivo, em razão do baixo índice de umidade relativa do ar. Segundo dados da estação automática do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o índice de umidade chegou a 14% às 13h. Como dado de comparação, o deserto do Saara, na África, registra índices entre 10% e 15%.
"Nessas condições, é comum ocorrerem complicações respiratórias devido ao ressecamento das mucosas, provocando sangramento pelo nariz, ressecamento da pele e irritação dos olhos", diz a nota oficial.
Os órgãos estaduais afirmam que a situação está "sob controle e não há a necessidade de se tomar medidas mais drásticas que objetivariam evitar iminentes riscos à saúde da população".
A solicitação para restringir a circulação de automóveis é, segundo o governo estadual, uma medida de caráter preventivo.
Mais recomendações
A OMS (Organização Mundial de Saúde) considera estado de atenção quando a taxa de umidade relativa do ar fica abaixo dos 30%. Abaixo dos 20% é considerado estado de alerta e abaixo dos 12%, estado de emergência. Com o tempo seco, a poluição aumenta, favorecendo o surgimento de doenças respiratórias e cardiovasculares.
A recomendação da OMS para dias como esses é beber muita água, evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11h e 15h; umidificar o ambiente por meio de vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água; regar os jardins, e sempre que possível, permanecer em locais protegidos do sol ou em áreas arborizadas.
A Sociedade Brasileira de Oftalmologia orienta o uso de compressa de água gelada sobre o rosto, caso os olhos fiquem irritados. Antes de usar colírios, é preciso consultar um médico, sobretudo para quem usa lentes de contato ou possui alguma doença nos olhos. A entidade também recomenda piscar várias vezes e evitar coçar os olhos.
A pele também merece atenção especial nesse período. A Secretaria Estadual de Saúde recomenda evitar banhos com água muito quente, que provocam o ressecamento da pele, e usar sempre que possível creme hidratante.
"São cuidados simples, mas que podem fazer toda a diferença neste período de tempo seco, ajudando a manter a saúde e a qualidade de vida", diz Ricardo Tardelli, coordenador estadual de Saúde.
Fonte: UOL Notícias, 26 de agosto de 2010