São muitos carros e poucas vagas públicas disponíveis. Estacionar o veículo no Bairro do Recife e também no Centro da Capital está se tornando uma tarefa cada vez mais complicada. Um problema crítico. E parece estar longe de ser solucionado. Percorrendo as ruas do Centro da Cidade, não é difícil encontrar motoristas com dificuldade para encontrar um espaço para guardar seus veículos. É gente colocando carros em filas duplas, em locais proibidos, fechando vias.
De acordo com dados da CTTU, no Bairro do Recife e no Centro da Capital, existem 2,7 mil vagas públicas para estacionamento rotativo, destinadas ao sistema Zona Azul. Por mês, o sistema registra 250 mil utilizações. A normalização para uso desses espaços prevê a permanência dos veículos por horários estabelecidos: de duas e cinco horas. Outras modalidades são para carga e descarga e destinadas a idosos e portadores de deficiência. Porém, a quantidade de vagas não é suficiente para atender a demanda. E quem precisa, muitas vezes recorre aos flanelinhas, pagando entre R$ 2 a R$ 3 por folha do Zona Azul, quando cada talão, contendo dez folhas, em pontos de venda oficiais, custa R$ 10.
Espaços privativos suprem necessidades
Diante da falta de investimentos em novos estacionamentos e da demorada ampliação do Zona Azul, a iniciativa privada aproveita a brecha do poder público e abre espaços para suprir a demanda. Juntando os bairros do Recife e os localizados no Centro (São José, Santo Antônio e Boa Vista), há registro de 177 estacionamentos privados, incluindo, nesses, três edifícios garagens e mais um em construção. Os preços cobrados variam de acordo com o serviço contratado: se é rotativo, diário ou mensalista.
O "avanço" dessas garagens privadas ocorreu para suprir a demanda latente dos motoristas. Segundo o responsável por um estacionamento localizado na Rua da Guia, no Bairro do Recife, devido à baixa oferta de estacionamentos do Zona Azul, clientes preferem garantir uma das 30 vagas para seus carros. "O bairro não tem espaço para aumentar as vagas. E muita gente tem medo de deixar com os flanelinhas, para não ter o carro arranhado", informou. O serviço, por mês, custa R$ 200 e há fila de espera.
Fonte: Folha de Pernambuco (Recife), 22 de agosto de 2010