Por isso todo veículo "flex" possui um sistema paralelo, chamado de partida a frio, que injeta pequenas quantidades de gasolina no motor para facilitar o arranque.
Essa gasolina fica armazenada em um tanque separado na dianteira do veículo, geralmente sob o capô. Quando as temperaturas estão altas, ou quando o carro só é abastecido com gasolina, o sistema não é utilizado.
"Sem uso, a gasolina do tanquinho pode ficar velha e perder suas propriedades. Muitos também esquecem de abastecer o reservatório", alerta César Samos, gerente de oficina e diretor do Sindirepa (Sindicato da Indústria da Reparação de Veículos).
Caso o consumo da gasolina do tanquinho não aconteça por uso natural, o combustível deverá ser substituído.
"A recomendação é fazer a troca a cada 90 dias ou após períodos longos de calor. É preciso limpar o reservatório e, em alguns casos, o mecânico tem que desmontar o conjunto", diz Samos.
Da noite para o dia
A manutenção preventiva das velas também garante o funcionamento correto da ignição do carro, o que facilita a partida imediata do motor nas manhãs frias.
"As velas com vida útil ultrapassada, ou excesso de desgaste, podem diminuir o desempenho do veículo e dificultar a partida após um longo período desligado - por exemplo, da noite para o dia", afirma Ricardo Namie, chefe da assistência técnica da NGK, fabricante de velas.
Quando há dificuldade na partida e o motorista insiste, virando a chave, as velas podem ficar encharcadas. "Se o problema ocorrer, será necessário aguardar, com o carro desligado, até que o combustível evapore", aconselha Namie. "Varia de acordo com o modelo, mas poderá levar até 30 minutos."
A vida útil da vela é definida pelo fabricante. O Sindirepa recomenda a verificação a cada 15.000 km ou uma vez por ano. O tempo é menor para carros com uso severo.
Carros que eram movidos a gasolina e receberam motor "flex", como o Kia Soul, passaram por mudanças no plano de manutenção.
"Há peças diferentes, mas assumimos o custo para manter os preços dos planos de revisão", diz José Vital, diretor de pós-venda da Kia.
Fonte: Folha de S. Paulo, 17 de julho de 2011