"No vestido, estes radicais livres reagem com os óxidos de nitrogênio (liberados no ar pelos veículos motorizados) e os transformam em nitratos" inócuos, explicou à AFP um dos artífices do projeto, Tony Ryan, professor de química da Universidade de Sheffield (norte).
Se ficar algum contaminante aderido à peça, basta colocá-la na máquina de lavar, como se faz com a roupa normal, dizem os promotores.
Apesar dos temores entre alguns especialistas sobre o crescente uso de nanopartículas, os incentivadores disso sustentam que a reação seria inofensiva para a pessoa que usasse a roupa, além do benefício de um ar mais puro a seu redor.
"Cada pessoa criaria uma pequena nuvem de ar limpo ao se deslocar", acrescentou Ryan, que trabalha em colaboração com a artista e estilista Helen Storey, professora do London College of Fashion.
Ambos consideram que se um milhão dos oito milhões de londrinos usasse todo o tempo uma roupa desse tipo, seria reduzida em "pelo menos 5%, ou até 10%", a quantidade de óxidos de nitrogênio.
Estes gases invisíveis são gerados pelos veículos motorizados, e em especial pelo diesel; as autoridades municipais estimam que contribuam anualmente para a morte prematura de 4.300 pessoas na capital britânica.
A roupa catalítica poderia fazer parte do remédio, mas a dificuldade para os criadores do conceito é convencer as pessoas a usarem.
Para isso, acabam de lançar uma campanha nas redes sociais Facebook e Twitter, acompanhada de um vídeo protagonizado pela modelo Erin O"Connor e com música do grupo Radiohead, para que os internautas contribuam a dar forma ao experimento.
Fonte: agência AFP em Londres, 15 de julho de 2011