Não é à toa que a Rebouças pulou para a 7ª posição no ranking das vias com mais colisões/quedas/atropelamentos com motos e vítimas, conforme mapeamento da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) em 2010. Em 2006, havia ao menos 11 vias na frente dela. A rua da Consolação, que também recebeu a faixa preferencial, não consta da lista das 12 com mais acidentes. Na avaliação da CET, a disparada na Rebouças é resultado do crescimento "generalizado" dos casos na capital. Para ela, como a circulação de motocicletas ocorre "de maneira concentrada em algumas vias principais", elas tendem a sentir um reflexo mais significativo disso.
Na avenida Alcântara Machado, que faz a ligação Leste-Oeste, porém, esses acidentes tiveram salto menor - de 36% em quatro anos. A CET diz que, após dois anos, trocou as placas da "Faixa Cidadã" porque os resultados mostravam a adesão de só 5% das motos.
Experiências da CET como as motofaixas da Sumaré e Vergueiro também não resultaram em menos acidentes. Para Luiz Artur Cané, do Movimento Brasileiro de Motociclistas, a alta na Rebouças é efeito de uma combinação que se agrava a cada dia. "A avenida fica congestionada, os carros param, os pedestres decidem atravessar devido ao trânsito parado e as motos seguem com velocidade excessiva no corredor."
Na marginal, ocorrências têm queda
Dentre as 12 vias líderes em acidentes de motos com vítimas, só a marginal Tietê teve redução de quatro anos para cá (queda de 24% ante 2009 e de 7% ante 2006). A razão foi a restrição às motos na pista expressa. Assim, ela perdeu para a marginal Pinheiros a primeira posição na lista.
Fonte: Folha de S. Paulo, 19 de julho de 2011