De acordo com o presidente do Clube do Mustang de São Paulo, José Fernando Christofanelli, esta é uma oportunidade para reunir colecionadores de várias partes do país e pessoas que se interessam por carros. "Nós conseguimos colocar toda a grade do carro neste evento e ter uma espécie de museu a céu aberto", diz.
No encontro, os colecionadores também têm a oportunidade de trocar experiências, já que muitas unidades foram restauradas, tunadas e adaptadas, conforme o gosto do dono. "O colecionador, em geral, prefere manter a originalidade do carro; quando eles restauram procuram peças originais. Mas também existem aqueles que gostaram de preparar o motor ou então colocar acessórios", explica.
No evento deste domingo foi exposto um modelo 1995 que, originalmente, tinha 215 cavalos de potência, mas o dono transformou o motor para 600 cavalos. Uma máquina difícil de ser acompanhada quando está na pista. "Esse é o carro mais mexido da exposição", contou Fernando. Hoje em dia o modelo shelby cobra já vem de fábrica com 550 cavalos e todo preparado, inclusive com freios especiais para conter tanta velocidade.
Um Mustang pode ser adquirido a partir de R$ 90 mil, chegando a R$ 180 mil, dependendo da originalidade, ano de fabricação ou acessórios que possui. Mas quem tem um, dificilmente se desfaz. "Esse é um carro que se valoriza a cada ano. Se hoje você compra um por R$ 100 mil, no ano que vem ele continua valendo R$ 100 mil. O carro não se deprecia, como os modelos convencionais", conta Fernando.
O colecionador Carlos Maurício Trubbianelli tem um carro modelo 1973, que já foi restaurado, mas como ele mesmo diz, sempre tem uma coisinha a mais para fazer. Quando dirige o carro se transporta para a década de 1960. "É como seu estivesse em outro lugar", afirma. Para ele, o carro é uma terapia. "Quando eu estou mexendo no carro ou num encontro como este, me desligo dos problemas do dia-a-dia. Gosto de trocar experiências e conhecer novos amigos".
Sensação parecida tem o consultor financeiro Marcelo Rea, com o modelo do ano 1966. Ele sempre foi apaixonado por carros e coleciona vários, como o Ford 39, entre outros. Mas não poderia ficar sem o ícone Mustang. Por isso, há cinco anos importou dos Estados Unidos o conversível branco. "Este carro tem um charme todo especial e a gente se entusiasma cada vez mais pelo assunto", conta, lembrando que a mulher já teve uma pontinha de ciúmes, mas hoje apoia o hobby do marido. O filho Leonardo, de 14 anos, acompanha o pai nos eventos e sonha com o dia em que vai herdar o Mustang.
Quem pensa que a paixão pelo Mustang é coisa de homem se engana. Fernando conta que esses são encontros de família. "É só dar uma volta que você vê os donos dos carros acompanhados pelas mulheres e os filhos. As mulheres se unem e se tornam amigas, organizam passeios e viagens que reúnem toda a família".
O ícone Mustang
O Mustang surgiu nos Estados Unidos, em 1964, como o primeiro sedan com motor V8 para quatro passageiros. A Ford fez história com o carro que leva o nome da raça de cavalos que é a única selvagem do país. Depois dele, outros vieram na onda dos esportivos com jeito de família como o Camaro, da Chevrolet.
Fonte: portal G1, 18 de agosto de 2013