"Os visitantes do Salão do Automóvel de Frankfurt em 2009 tiveram a sensação de que o futuro será elétrico. Cada construtor de fato apresentou um projeto virtual de carro elétrico, e este é o assunto do momento", destacou a ONG. Mas a realidade é totalmente outra. "Teremos de esperar várias décadas para ver modelos substituindo os carros a gasolina", afirmou um dos representantes da ONG, Dudley Curtis, durante uma entrevista à imprensa em Bruxelas.
"Seu desenvolvimento será limitado até 2030", disse. "Segundo as estimativas, os carros elétricos devem representar 25% das vendas de carros novos até 2050", destacou o relatório.
"Choque elétrico"
Mas é preciso superar vários obstáculos. O principal será evitar um "choque elétrico", ou seja, um forte aumento do consumo de energia elétrica, insistiu a organização.
Segundo relatório da Eurelectric, a associação dos produtos de eletricidade da União Européia (UE), de 2009, a substituição completa do parque automobilístico por veículos elétricos provocaria aumento de 15% do consumo na região. "Esta nova demanda vai significar maior utilização do carvão e do nuclear", afirmou a Transportes e Meio Ambiente.
"Outro grande obstáculo será o custo e a capacidade das baterias", destacou.
Os carros híbridos atualmente comercializados custam entre 3.000 e 5.000 euros a mais que os modelos tradicionais e as baterias representam 75% desses custos extras, destacou a organização.
"Será possível reduzir os custos, mas não em médio prazo e não suficientemente para que os carros elétricos possam entrar verdadeiramente em concorrência com os carros tradicionais em 20 anos", disse.
Fonte: France Presse, em Bruxelas (Bélgica), 11 de novembro de 2009